Na busca por alternativas sustentáveis que não prejudiquem o planeta, muito se fala em como eliminar um dos problemas mais preocupantes: a geração de energia através de fontes fósseis, como o petróleo e o carvão, que movimenta usinas, indústrias, etc. A geração de energia através dessas fontes emite gases poluentes que agravam o aquecimento global e geram resíduos de alto impacto ambiental.
Uma alternativa a se levar em consideração é a energia gerada através do vento, a chamada energia eólica, que pode ser encontrada em altas altitudes, onde ocorrem ventos com velocidade contínua de mais de 160 km/h. Para produzir energia elétrica através dos parques eólicos são utilizados aerogeradores, turbinas com hélices em forma de cata-vento ou moinho, que são movidas pela força do vento. Este movimento contínuo abastece os geradores que produzem a energia elétrica.
Para que essa energia seja aproveitada, sua densidade deve ser maior ou igual a 500 W/m², a uma altura de 50 metros, o que requer uma velocidade mínima do vento de 7 a 8 m/s. De acordo com a Organização Mundial de Meteorologia, o vento apresenta tais condições em apenas 13% da superfície terrestre. A instalação desse sistema pode ser feita em terra firme ou no mar.
Entretanto deve-se ter cuidado com a localização escolhida para a instalação dos parques eólicos, evitando áreas de rotas de migração de aves. O comportamento das aves e as taxas de mortalidade variam de acordo com cada espécie e cada lugar. Outro fator que deve ser considerado é o ruído, que pode causar a perturbação dos habitantes e também a fauna local, interferindo, por exemplo, no processo reprodutivo das tartarugas.
De qualquer modo a energia eólica traz muitas vantagens. Ela é uma das mais promissoras fontes naturais de energia porque é renovável, ou seja, não se esgota, além de ser limpa e é distribuída globalmente auxiliando a redução do efeito estufa. Entre outras vantagens a energia eólica não consome água, considerado um bem cada vez mais escasso, e suas turbinas aerogeradoras podem ser utilizadas tanto em conexão com redes elétricas como em lugares isolados, sem ser necessária a implementação de linhas de transmissão para alimentar certas regiões.
Se houver qualquer chance de um impacto ambiental no solo, este poderá ocorrer somente na área de instalação da base de concreto onde a turbina é colocada. São feitos vários testes para avaliar as condições de instalação de cada turbina e por não haver uso de combustíveis fósseis, o risco de contaminação do solo por resíduos líquidos devido à operação e manutenção de parques eólicos é praticamente nulo, o que diminui também os riscos de contaminação do lençol freático.
Com o baixo impacto no solo é possível ocorrer outras práticas de utilização do terreno nos parques eólicos, como a agricultura ou pecuária, já que a ocupação de uma turbina eólica está restrita à pequena área que contém sua base de concreto para sua sustentação.
A Energia Eólica em breve se tornará uma das fontes mais baratas, já que a tendência é que o custo de sua produção seja reduzido e a escala de produção aumente.
No Brasil
Apesar de nosso país possuir um grande potencial em energia eólica, a maior fonte de eletricidade do Brasil são as usinas hidrelétricas. De acordo com o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás, o território brasileiro tem capacidade para gerar até 140 gigawatts (GW). Porém, atualmente a capacidade instalada é de 1 GW, menos de 1% do potencial brasileiro.
O maior centro de geração de energia eólica do país é o complexo eólico Alto Sertão I, na Bahia, que possui capacidade de gerar até 300 MW (Megawatts). Abaixo deste temos o Parque eólico de Osório, no Rio Grande do Sul, com a capacidade de gerar até 150 MW.
A previsão é de que haja um aumento contínuo na instalação de parques eólicos no país, assim como acontece em todo o mundo, apresentando taxas de crescimento médias de potência instalada superiores a 20%.