Já não é de hoje que os perigos da dengue e de outras graves doenças vêm sendo anunciados pelas autoridades brasileiras e divulgados pela mídia. O problema enfrentado com o mosquito Aedes aegypti vem sendo combatido por meio de diversas ações, tornando a conscientização da população uma realidade. Ainda assim, as pesquisas apontam um grande crescimento no número de casos de dengue no país, sobretudo, no último ano.
Também em 2015, o mosquito evoluiu e apresentou novas características, trazendo consigo sintomas da chikungunya e do zika vírus. Os efeitos desta evolução foram assustadores, fazendo com que a saúde pública entrasse em estado de alerta para uma possível epidemia no território nacional – já que não se sabia muito sobre a origem, desenvolvimento e os tratamentos para essas novas doenças.
Segundo o relatório epidemiológico do Ministério da Saúde, o país registrou índice de 1,6 milhão de possíveis casos de dengue só neste último ano. Os números são surpreendentes e jamais estimados desde que as pesquisas começaram a ser levantadas. Outro fato revelado no relatório é que o Sudeste, coincidentemente a região de maior desenvolvimento no país, foi responsável por hospedar 62% destes casos.
Aedes aegypti: o mosquito da dengue em uma versão ainda mais perigosa
Segundo o governo, o ano de 2014 marca o primeiro registro da chikungunya no Brasil, em Feira de Santana, na Bahia. Nos primeiros meses do ano passado, o zika vírus surgiu em Natal e em algumas outras regiões. Desde então, os mosquitos têm se reproduzido e espalhado os vírus pelo país.
Apesar da popularização ter acontecido apenas nesses últimos meses, as origens indicam o aparecimento do zika vírus e do chikungunya há mais de 50 anos na África (em 1942 e 1952, respectivamente). No Brasil, as enfermidades foram trazidas pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, principalmente pelo primeiro, responsáveis por causar as infecções.
E se antes já se alertava sobre os perigos da picada do mosquito da dengue, a situação tomou proporções ainda mais preocupantes. As consequências em contrair o zika ou o chikungunya podem gerar sequelas permanentes para os indivíduos que sobreviverem ao efeito dos vírus – vide os casos registrados com mulheres grávidas e recém-nascidos.
O principal problema para o combate, é que, em ambos os casos, o indivíduo tem dificuldade em diferenciar uma doença da outra, tornando um tratamento mais específico difícil de ser aplicado corretamente.
Quais as principais diferenças entre os sintomas da dengue, do chikungunya e do zika?
Ainda que as consequências na contração de cada vírus sejam diferentes, as causas da contaminação são as mesmas (água parada e/ou acumulada) e esse é um motivo que pode fazer toda a diferença na hora do tratamento. Aspectos como manchas e duração de dores ajudam a caracterizar as bactérias.
A dengue, mais comum e popular entre as pessoas, é famosa por gerar febre, muitas dores no corpo (músculos, olhos, cabeça etc.), manchas na pele, indisposição e pode apresentar até óbito quando a doença se apresenta em sua versão hemorrágica.
Muito semelhante à dengue, o chikungunya também causa febre e dores no corpo. A principal diferença é a maneira como a dor se desenvolve no corpo, inicialmente atingindo os músculos e, então, as articulações – existem casos que registraram a presença das dores nas articulações após um ano da contaminação. Em geral, os sintomas duram por volta de duas semanas e a doença tem baixíssimo índice de mortalidade.
No zika, basicamente, o enfermo sofre com uma febre, em menor escala e intensidade, e também pode ser identificada com o aparecimento de manchas, olhos avermelhados e coceira.
Um fato curioso é de que as manchas podem surgir ainda que sem o aparecimento da febre. O ponto mais importante sobre o zika é que, apesar de não causar morte, ele pode gerar paralisia – síndrome neurológica – e até a microcefalia. O perigo existe, sobretudo, para gestantes, o que pode acarretar em sérios problemas para a criança.
Para tornar a luta contra a dengue, o chikungunya e o zika mais efetiva, o governo federal instituiu o dia 13 de fevereiro como data que marca o combate contra essas doenças. A iniciativa visa conscientizar a população através de campanhas, ações publicitárias e mutirões.