Há algum tempo, o Governo anunciou medidas que previam o aumento na conta de luz do Brasil. Com o valor subindo cada vez mais, não era mais suficiente apagar todas as luzes, desligar alguns aparelhos e tomar outras iniciativas. Em 2015, quase R$ 6 bilhões foram desembolsados pelos brasileiros só para pagar a bandeira tarifária, montante que não foi suficiente para sair do vermelho.
A bandeira indica, pelas cores verde, amarelo e vermelho, a situação da geração de eletricidade no país por mês. O sistema inclui mais de 60 milhões de residências, além de comércios, indústrias e outros consumidores.
Por exemplo, quando muitas usinas térmicas, movidas a combustíveis poluentes, são utilizadas, o custo é maior. Ou seja, a bandeira fica vermelha e esse custo é repassado aos consumidores.
No ano, o preço da tarifa mudou e, atualmente, a bandeira vermelha custa R$ 0,045 por cada kWh consumido. O que parece pouco é assustador quando multiplicamos isso por mês: cada residência pagou, em média, R$ 7,33 a mais na sua conta de luz mensal. Ao ano, são R$ 88, sem considerar a tarifa de energia, que também aumentou 30%, e os impostos incluídos na conta.
O Greenpeace fez um comparativo para entender melhor de que forma tudo isso impactou na vida dos brasileiros. Com os quase R$ 90 pagos a mais, seria possível comprar 172 pães franceses, 28 litros de leite ou, ainda, 32,5 quilos de arroz no ano. Além disso, falando a nível nacional, os R$ 6 bilhões gastos em todo o país poderiam comprar 15 milhões de cestas básicas.
Impacto muito além do bolso
O impacto das usinas vai muito além da conta. Isso porque o acionamento das termelétricas causou nos últimos três anos um aumento de 25% nas emissões de gases de efeito estufa (CO2) associadas à geração de eletricidade.
O aumento é resultado de um modelo baseado na geração de eletricidade por hidrelétricas e usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis. Quando falta água e as hidrelétricas falham, os consumidores pagam a conta e as emissões de CO2 aumentam.
As surpresas, no entanto, não param por aí. O Senado aprovou a Medida Provisória 688, que permite que seja repassado ao consumidor os custos extras que são gerados quando as hidrelétricas não conseguem entregar toda a energia que se comprometeram.