Vamos dizer NÃO aos canudos, colocar esses pequenos pedaços de plástico no passado e salvar nosso futuro
Quem diria que um simples canudo poderia causar tantos problemas? Mas o planeta que o diga. Você sabia que um canudinho, aquele mesmo que você usou para tomar um refrigerante ontem, leva 500 anos para se decompor na natureza?
Um pouquinho de história….
O canudo se popularizou em 1960, mas sua descoberta foi um pouco antes. Em 1888, quando, para não esquentarem a bebida popular da época ao segurar o copo – o mint julep, feito com uísque e hortelã, tomado bem gelado – os sedentos de plantão usavam canudos feitos com capim (uma alternativa mais natural, diga-se de passagem), mas que deixavam o sabor do líquido… Bom… Com gosto de capim…
O próximo passo para transformar o canudo no que conhecemos hoje foi dado por Marvin Stone. Dono de um fábrica de piteiras, percebeu que o formato semelhante poderia inovar e foi isso o que fez: bolou um canudo de papel, usando um lápis e grandes pedaços de papel. Passou parafina depois de enrolado e, voilá! Largou o ramo de piteiras, investiu no canudinho e criou a primeira máquina de enrolar canudinhos em 1906.
E fazem canudos até os dias de hoje.
Mas canudos e meio ambientem não combinam
Sabia que, só nos EUA, 500 mil canudos são usados e descartados POR DIA? É muito canudo. Se cada um demora 500 anos para decompor, façamos as contas:
500 x 500 = 25 000
Ou seja: a cada dia, são gerados resíduos que demorarão 25 000 anos para decompor.
365 x 25 000 = 91 250 000
Muitos números, não acha? E isso só em um país…
Em prol de mudar esta previsão desanimadora, o canudo está se tornando persona non grata. A Rainha Elizabeth II já decretou e baniu os pedaços de plástico no Reino Unido. E no Brasil isto está perto de acontecer.
No Rio de Janeiro já é uma realidade: vereadores aprovaram a iniciativa de banir canudos de plástico de bares e restaurantes (e sejamos francos: é onde mais os achamos). O projeto de lei ainda tramita pela esfera política, dependendo da sanção do prefeito Marcelo Crivella, mas esta aprovação é uma boa notícia para o meio ambiente. Quem descumprir e fornecer canudinhos pode ser multado em até R$ 3 mil. O apelo popular carioca também ajudou a alavancar o banimento dos canudos: a ONG Meu Rio criou uma petição online que conseguiu 15 mil assinaturas.
Vida marinha agradece
Em 2015, uma imagem viral impactou e ainda impacta: uma tartaruga marinha com um canudo preso em sua narina. O sofrimento dessa tartaruga é sentido por diversas espécies que são impactados com os resíduos produzidos pelo homem e acabam dividindo uma conta injusta.
Ainda em 2015, foram estimados um descarte no mar de 10 milhões de toneladas de plástico!
Um estudo realizado pela Science, revista acadêmica estrangeira, concluiu que 192 países com território a beira-mar contribuem para este número desanimador. A China ocupa o primeiro lugar na lista, enquanto o Brasil está na 16ª posição.
Os animais confundem o plástico com comida e acabam ingerindo o material. Como não é possível digerir, os animais morrem.
Em junho, uma baleia na Tailândia foi encontrada morta com 8 quilos de plástico, contabilizados após necropsia. Este país também está no ranking dos mais poluentes, sendo um dos que mais usam sacolas plásticas. Anualmente, causa a morte 300 de animais marinhos, entre baleias, tartarugas e golfinhos.