No fim de 2014, os níveis de poluição na China superaram em 20 vezes o limite considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O clima era tão devastador que as pessoas caminhavam pelas ruas com máscaras de proteção e mal conseguiam enxergar os prédios, ruas e praças – todos foram tomados pela espessa mistura de fumaça e poeira. O evento foi chamado de “arpocalipse”.
Estudos revelam que a poluição pode reduzir em até 5 anos a expectativa de vida de quem mora no país. Para reverter o quadro ou, ao menos, mitigar os problemas, o governo do país criou um projeto para reduzir o consumo de carvão e impulsionar a eficiência energética.
De acordo com o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, serão mais de 80 milhões de toneladas cortadas até 2017 e mais de 160 milhões até 2020 por meio de medidas de eficiência.
O plano ambicioso tem uma explicação. A China é o maior consumidor de carvão do mundo, com mais de 3,7 bilhões de toneladas ao ano – a rocha é a principal fonte de energia do país.
Para atingir o objetivo, a China deve eliminar de uma vez as instalações ultrapassadas e atualizar tecnologias e processos, especialmente em setores que utilizam muito carvão na produção, a fim de garantir a adoção de energia limpa e a gás.
Adicionalmente, serão fechadas as termelétricas que utilizam a rocha em Pequim e criados projetos de plantio de árvores em uma área equivalente a 330 mil campos de futebol. O governo pretende, ainda, retirar 6 milhões de veículos considerados ineficientes das ruas.
As mudanças começarão por Pequim, Hebei e Tianjin, identificadas como as cidades-chave para a transformação e desaceleração de indústrias como aço, energia térmica e cimento.
Poluição gera protestos
Não é de hoje que a poluição na China chama a atenção. Especialistas na área de saúde estimam que, aproximadamente, 500 mil chineses morram a cada ano em consequência de doenças causadas ou agravadas pela poluição do ar. O problema tem levado a população às ruas e gerado inúmeras reclamações.