Famosa por ser cenário de grandes produções cinematográficas, como A Múmia, The Living Daylights e até mesmo Game of Thrones, a cidade marroquina de Ouarzazate, apelidada de “porta do deserto”, tem se destacado por outros motivos.
Um complexo de usinas geradoras de energia solar vai ser instalado às margens do deserto a fim de fornecer eletricidade para o Marrocos por meio de energias renováveis até 2020. Segundo dados oficiais, o projeto tem um investimento inicial de US$ 9 bilhões e é apoiado por instituições internacionais, como o Banco Europeu de Investimento e o Banco Mundial, além do governo marroquino.
Excedente produzido deve ser exportado
A energia gerada também será proveniente de fontes eólicas e hídricas. Além disso, espera-se que o excedente seja exportado para a Europa. O projeto faz parte dos planos do Marrocos de usar seus desertos inexplorados para se tornar uma superpotência solar global.
Quando as obras do complexo, chamado de Noor, forem concluídas, o país terá a maior usina de energia solar concentrada (CSP) do mundo, que ocupará um espaço tão grande quanto a capital, Rabat. A estimativa é que um milhão de casas sejam abastecidas.
Para garantir a eletricidade, o governo está investindo em uma tecnologia de espelho, menos difundida e mais cara que os painéis fotovoltaicos utilizados em outros projetos. Isso porque esse modelo é capaz de continuar a produzir energia mesmo depois que o sol se põe.
País tem potencial já conhecido desde os anos 1980
O potencial de energia solar do deserto tem sido destaque nas discussões internacionais há décadas, principalmente após o acidente nuclear de Chernobyl, em 1986.
Na época, o físico alemão Gerhard Knies, calculou que desertos do mundo recebem, em algumas horas, energia suficiente para as necessidades humanas por mais de um ano. No entanto, ele não havia descoberto como capturar a energia e transportá-la para os centros populacionais.