O Sistema de Plantio Direto é o mais utilizado para o cultivo de grãos, em que no revolvimento do solo são abertos sulcos para a colocação de sementes e fertilizante. No entanto, após um período, devido à compactação superficial do solo, as plantas já não alcançam o mesmo desempenho.
O adensamento do solo prejudica o armazenamento de água e a areação. Com isso, o desempenho produtivo de propriedades agrícolas é menor, tornando-se necessário adotar medidas para melhorar as condições do solo. A preparação da terra é fundamental para aumentar a capacidade de infiltração e retenção da água, de modo a favorecer o crescimento das raízes das plantações.
O preparo convencional do solo, com o uso do arado, vem cada vez mais sendo substituído pela utilização de equipamentos como o escarificador e subsolador. O escarificador é um implemento para a preparação do solo, em substituição à grade ou arado. O subsolador, por suam vez, é usado quando há necessidade de atingir camadas mais profundas do solo, mas exige maior investimento e consumo de energia.
Método de escarificação do solo
A escarificação do solo é um processo de preparação para o plantio em que o agricultor utiliza um equipamento chamado escarificador, composto por hastes mecânicas que penetram e revolvem o solo. O método é utilizado em solos compactados pelo tráfego intenso de máquinas agrícolas pesadas.
Além do escarificador, alguns agricultores também usam o arado ou a enxada rotativa para descompactar o solo.
Vantagens do uso do escarificador
- Baixa desagregação do solo em comparação com grades e arados;
- Revolve camadas compactadas superficiais;
- Mantém volume maior de resíduos de palha sobre a superfície do solo;
- Melhora as condições de infiltração e retenção da água;
- Melhora a aeração do solo;
- Baixo consumo de combustível.
- Impróprio para solos com gramíneas e touceiras;
- Baixa eficiência em áreas com muitas ervas daninhas;
- Inadequado para terrenos novos, com muitas raízes e tocos.
Limitações do escarificador
Consequências da escarificação do solo
A compactação do solo prejudica o desenvolvimento das culturas, uma vez que as raízes das plantas não conseguem ultrapassar a camada superficial do solo. Neste contexto, a escarificação do solo proporciona melhorias ao desenvolvimento das plantações. Porém, esses resultados não são perenes e, em pouco tempo, as condições físico-químicas do terreno estarão novamente impróprias ao cultivo.
A escarificação mecânica, por exemplo, melhora as condições físicas do local, mas não garante a infiltração eficiente de água nas camadas mais profundas do solo. O excesso de revolvimento pode acelerar a degradação do solo. Entre as consequências, podemos citar a perda de matéria orgânica e o favorecimento do processo de erosão e degradação do solo.
Por isso, a escarificação do solo deve ser feita com planejamento para evitar mais danos do que benefícios à produção agrícola. A escarificação só deve ser realizada quando for comprovadamente necessária. A agregação é vital para manter o estoque de carbono no solo.
Uma alternativa é a escarificação biológica que consiste no plantio de culturas que produzem raízes profundas, as quais ajudam a prevenir a compactação do solo e a perda de matéria orgânica. Com a escarificação biológica não é necessário revolver o solo com tanta frequência.