Entre 13 e 22 de junho de 2012, acontecia na cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O nome remetia a primeira conferência da ONU na cidade maravilhosa anos antes, a Rio 92 ou Eco 92, que discutia sobre o desenvolvimento sustentável e o combate às mudanças climáticas. O fracasso da Rio 92 é frequentemente lembrado, considerando as políticas socioambientais implementadas pelos chefes de Estado desde o encontro.
No mesmo período de 2012, o Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira (CFSC), realizou no Aterro do Flamengo, também na capital fluminense, outro evento que serviria de contraponto ao Rio+20, a Cúpula dos Povos.
O evento, que contava com a participação dos mais variados movimentos sociais de todo o mundo, questionava a pauta e os métodos sugeridos pela ONU – baseados na economia verde – como sendo o caminho ou a solução para um desenvolvimento socioambiental e sustentável.
Foram apresentados três eixos principais para a discussão: um apontando as causas estruturais da crise ambiental e as falsas soluções propostas; outro apresentando, discutindo e avaliando soluções práticas e novas visões para os problemas atuais; e por último, o apoio à articulação entre movimentos sociais de diferentes vertentes e regiões, com o intuito de fortalecer todas as lutas. Dessa forma, a Cúpula listou diferentes questões que diziam respeito principalmente à falência do sistema capitalista e seu modo de produção.
Foi assim que a Cúpula dos Povos procurou aproximar e envolver de forma mais participativa e realista a sociedade na discussão que os chefes de Estado e seus representantes estavam tendo na conferência da ONU. Críticas em relação à influência dos setores econômicos sobre as autoridades, que facilitam a depredação da justiça social e ambiental no planeta, foram ressaltadas ao longo do encontro, impulsionando a participação popular com o chamado “Venha reinventar o mundo”.
Acreditando que outras soluções fossem possíveis e mais viáveis do que as apresentadas pela ONU, a Cúpula dos Povos ajudou a fomentar a participação popular nas discussões socioambientais e também a aproximar os cidadãos dos movimentos sociais, que ainda ficam muito distante da maioria dos brasileiros e das discussões políticas no país, devido também a atual conjuntura do sistema político nacional.