A usina termoelétrica ou, se preferir, Unidade de Recuperação de Energia (URE) faz parte de um projeto idealizado por uma parceria público-privada da prefeitura de São Bernardo do Campo. A URE será capaz de processar até 1 mil toneladas de lixo por dia, gerando 30 MW de energia elétrica – quantidade suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes.
O local escolhido para a instalação da unidade é o antigo lixão do Alvarenga, desativado há 10 anos, com uma área total de 35 mil m². O valor total orçado para a concepção da usina é de R$ 600 milhões, montante que engloba a própria construção da unidade e a recuperação do terreno, com a captura dos gases e tratamento do chorume remanescentes da antiga finalidade do terreno. A expectativa é que a obra seja iniciada em janeiro e os primeiros testes de incineração do lixo comecem no meio de 2014.
São Bernardo tem um custo médio de R$ 280,00 o Megawatt-hora (MWh) de energia, com a produção da energia do lixo vinda da usina este valor cai para R$ 220,00. Outro benefício será a diminuição drástica na quantidade de resíduos destinados ao aterro de Lara, localizado em Mauá.
A URE vai contar com áreas de recepção de resíduos, armazenamento, fornos combustíveis, filtros, caldeiras, equipamentos de geração de energia, equipamentos de controle de poluição do ar, sistema de tratamento de águas residuais, chaminés, dispositivos e sistemas de controle das operações dos fornos e de registro e monitoramento das condições de operação.
Atualmente, São Bernardo do Campo produz 670 toneladas de lixo por dia, e a ideia é que a partir do terceiro ano de funcionamento a usina já receba 60% desse montante. Entre o quinto e sexto ano o percentual aumentará para 80% e, por fim, 90% no sétimo ano, com a unidade atingindo sua capacidade máxima.
Os resíduos que não serão processados na usina, fazem parte de outro elemento do projeto. A prefeitura estipulou uma meta para que até em 2017, 10% do lixo da cidade seja reciclado. Assim, antes dos resíduos serem encaminhados para a URE, eles serão selecionados e separados em seis centrais de triagem.
O projeto prevê uma parceria público-privada com uma concessão de 30 anos prorrogáveis, cujo valor total para contratação é de R$ 3,6 bilhões. A prefeitura ganha a oportunidade de deixar um grande legado no quesito do manejo de resíduos sólidos e a empresa privada poderá fazer um investimento com a certeza de retorno futuro.