Embora seja considerada uma fonte de energia natural, a extração de gás xisto tem provocado controvérsia entre países e ambientalistas. Localizado a uma profundidade de até 3,6 km, o método para captá-lo consiste em utilizar grandes quantidades de água para quebrar as rochas e chegar até a camada de xisto. Quando encontrada, uma mistura de água, areia e soluções químicas auxiliam na saída do gás e a água usada durante o processo é bombeada de volta para o subsolo.
A técnica, denominada fracking (faturamento, em português) é semelhante à extração de petróleo, e tem revolucionado a produção de energia nos Estados Unidos. A reserva americana é estimada em 2,7 trilhões de metros cúbicos, de acordo com dados da Administração de Informação sobre Energia (EIA), de dezembro de 2010. Há quatro anos o país vem investindo pesado na extração do gás xisto.
Entretanto, essa fonte de energia gera impactos ambientais e não é renovável, vai de encontro às alternativas sustentáveis defendidas por ambientalistas. Os resíduos tóxicos contaminam a água ameaçando reservas subterrâneas e populações. Um estudo mostra que há contaminação de água potável próximas às jazidas de extração de gás xisto nos EUA.
Cientistas da Universidade Duke, da Carolina do Norte, encontraram concentrações de metano na água potável que abastece populações próximas à bacia de gás xisto de Marcellus, no nordeste da Pensilvânia e no sul do estado de Nova York. O resultado mostrou que quem mora a menos de 1 km da perfuração está exposto seis vezes mais ao gás do que quem mora mais distante do local. Já as concentrações de etano são 23 vezes maiores.
No Brasil, o primeiro leilão para dar início às extrações está marcado para os dias 30 e 31 de outubro deste ano. Por aqui, o gás de xisto é encontrado no Paraná, Parnaíba, Solimões, Amazonas, Recôncavo e São Francisco – e já é considerada uma das maiores reservas do mundo.