Em média, cada um dos 2.837 habitantes do arquipélago de Fernando de Noronha/PE (conforme dados fornecidos pelo site do IBGE), produz 9 mil toneladas de dióxido de carbono por ano, isto é, um índice muito superior à média nacional de 2,2 toneladas de CO2 emitidas por pessoa anualmente. Porém, durante a conferência “Pernambuco no Clima 2013”, realizada no estado entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro, o governador local, Eduardo Campos, lançou o projeto intitulado de Noronha Carbono Zero, no intuito de reduzir os danos ambientais.
O evento reuniu especialistas em climatologia de várias partes do mundo e deu continuidade aos encontros promovidos pela Rio+20, dando oportunidade para debates e elaboração de acordos internacionais, visando beneficiar as condições atmosféricas e evitar as mudanças climáticas. Líderes como o representante do Grupo dos Verdes no Parlamento Europeu, Daniel Cohn-Bendit; o secretário-executivo do Fórum brasileiro de Mudanças Climáticas, Luís Pinguelli Rosa; e os deputados federais Aspásia Camargo e Alfredo Sirkis, ambos do Partido Verde, participaram da conferência.
A cerimônia foi organizada pela Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura do Recife, Fundação Movimento OndAzul e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), uma subsidiária da Eletrobras.
Apesar dos altos volumes de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) creditados à população da região, os transportes aéreos surgem como principais algozes da qualidade de ar no conjunto de ilhas, sendo responsáveis por 55% das dispersões de substâncias poluentes, uma vez que o arquipélago é um destino muito procurado pelos turistas. Para minimizar os danos ambientais, o governador de Pernambuco oferecerá benefícios às empresas que utilizarem biocombustíveis em suas aeronaves, reduzindo o uso de combustíveis fósseis.
Outra ação programada é a incorporação de coletivos elétricos e híbridos ao sistema de locomoção terrestre, pois os veículos de transporte interno, como ônibus, automóveis particulares e motocicletas correspondem a 7% das disseminações de poluição. Contudo, além de tornar a mobilidade urbana menos nociva à natureza, o projeto Noronha Carbono Zero irá abranger o desenvolvimento de fontes de energia renovável, afinal, o fornecimento de energia térmica é apontado como causador de 32% das emissões de toxinas à atmosfera.
Atualmente, Eduardo Campos já incentiva a criação de redes energéticas ecologicamente corretas, destinando cerca de R$ 18 milhões para a implementação de duas usinas solares que deverão atender a 15% da demanda local. No entanto, apesar dos investimentos públicos, as autoridades pernambucanas ressaltam que é essencial o apoio e envolvimento da comunidade residente em Fernando de Noronha.