Com tamanho aproximadamente cinco vezes maior do que o Central Park e equivalente a 11 parques do Ibirapuera, o Parque Ecológico do Tietê (PET), administrado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão do governo do estado São Paulo, oferece uma área de 15 milhões de metros quadrados, dividindo-se em setores para o contato com o meio ambiente e lazer dos moradores da zona leste da capital. Porém, visando ampliar e recuperar a função das várzeas do rio, está em desenvolvimento o Parque Várzeas do Tietê, ação que estenderá os benefícios à população da Região Metropolitana.
Resultado de uma parceria entre a cidade de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuda, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis, o projeto, apresentado em 2010, será dividido em três fases, com a primeira iniciada há dois anos e prevista para terminar em 2016, num trecho que vai do Parque Ecológico do Tietê à Itaquaquecetuba; a segunda, agendada para 2018, continua até Suzano; e a terceira parte, que chegará até a nascente do rio em Salesópolis, projetada para conclusão em 2020.
Para completar uma obra de tal magnitude será investido R$ 1,7 bilhão no total, porém, só a etapa inicial custará aproximadamente R$ 460 milhões, com 42% deste valor arcado pelo Governo e 58% financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Vale ressaltar que grande parte do espaço será utilizada como um mecanismo regulador de enchentes, ou seja, primando pela retenção e armazenamento de água – função natural das várzeas – no entanto, para que isso aconteça, as famílias que, atualmente, ocupam de forma irregular as Áreas de Preservação Ambiental (APAs) serão realocadas por órgãos habitacionais do Estado e Prefeitura.
O objetivo principal do Parque Várzeas do Tietê, além de combater alagamentos, é aproximar a população da natureza, com 33 núcleos de esporte, recreação e cultura, e sete polos de turismo disponíveis. Para que todas estas atrações sejam acessadas pela população, 230 km de Via Parque – trecho destinado especificamente a automóveis – e ciclovias serão construídos. A empreitada ainda irá auxiliar na recomposição da mata ciliar, numa extensão equivalente a 360 campos de futebol e na despoluição de córregos ligados direta e indiretamente ao Tietê.
Dividido em três núcleos (Engenheiro Goulart, Vila Jacuí e Ilha do Tamboré), o PET já se preocupa com a conservação do meio ambiente, pois, desde 1984, oferece ao público, gratuitamente, aulas do Programa de Educação Ambiental e contato com a história do rio no Museu do Tietê. Ultrapassando os limites do conteúdo teórico, o parque contribui com a preservação da fauna, ao abrigar, há 27 anos, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), local que trata espécimes entregues por cidadãos e resgatadas ou apreendidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Polícia Ambiental.
Portanto, as expectativas são de que o projeto Várzeas, o maior parque linear do mundo, com 75 km de extensão e 107 km² de área, multiplique ainda mais o campo de alcance das benfeitorias à qualidade de vida do povo e da natureza, com resultados já demonstrados pelo Parque Ecológico, iniciativa esta que poderia ser desenvolvida também em muitas outras partes do planeta.