Acontece nesta sexta-feira, 22, a cerimônia que sela a assinatura do Acordo de Paris, apresentado em dezembro do último ano, que conta com a presença de 165 países para firmar os termos debatidos pelos líderes mundiais. O evento que acontece na sede da ONU, em Nova York, promete registrar esta data na história, visto que jamais um número tão grande de países havia se mobilizado para assinatura de uma convenção internacional em seu primeiro dia de abertura.
A partir desta nova aliança criada entre as nações, o objetivo é atingir uma série de metas estabelecidas para desacelerar os grandes avanços que o planeta vem sofrendo com suas mudanças climáticas. No total, o acordo prevê a assinatura de 195 países, representados por negociantes, chefes de Estado e de governo. Entre eles, a presidente Dilma Rousseff.
Entenda o acordo
Para chegar a um consenso comum e o acordo de clima de Paris ser firmado, é necessário compreender a divisão deste “pacto” em duas etapas. Na primeira, o país deve assinar o documento (que ficará disponível para novos signatários até abril de 2017). Na segunda etapa, é preciso ratificar a decisão através de aprovação do parlamento de cada nação (votação, decreto etc.).
Nesta segunda parte, nações como Estados Unidos, China, Japão e grandes potências industriais da União Europeia, concentraram seus esforços para que todo o processo seja agilizado – já que as decisões de alguns congressos nacionais, como o dos Estados Unidos, por exemplo, resistem às medidas de corte de emissão de gases de efeito estufa.
Através deste acordo, a COP 21 (Conferência do Clima, tradução do inglês) espera que, juntos, os países contribuam para evolução do planeta em seus principais problemas climáticos e cumpram as novas regulamentações. Entre os principais objetivos do acordo de clima de Paris, estipulou-se que:
– Todos os signatários devem se dedicar para que o aquecimento de temperatura se limite ao máximo de 1,5°C, muito abaixo dos mais de 2°C previstos para o futuro próximo.
– Países mais ricos (classificação ainda não mensurada pela ONU) devem garantir um financiamento de US$ 100 bilhões por ano.
– A cada cinco anos, o acordo e seus termos deverão ser revistos.
Investimentos
Conforme indicado pelo planejamento, o acordo começa a valer em 2020, com prazo de reavaliação dos valores investidos definido para 2025. E um dos pontos mais importantes a serem acordados foi o comprometimento dos países mais ricos em contribuir para que outras nações emergentes possam evoluir da mesma forma.
Metas a serem definidas
Com a assinatura de grande parte dos países signatários acontecendo logo nas primeiras horas de reunião, falta enumerar alguns “pontos primários” para que o acordo entre em vigor e as novas regulamentações sejam implantadas para benefício futuro do planeta.
Um dos fatores mais importantes e que ainda não foi divulgado é a definição dos níveis de corte de emissão de gases de efeito estufa que serão estipulados. Além desta, outras decisões devem ser apresentadas dentro dos próximos dias e meses – já que os valores definidos poderão influenciar as nações em aspectos econômicos, financeiros e em outras áreas de sua administração.
Como fica o Brasil
Durante o evento desta manhã, a presidente Dilma Rousseff disse: “O caminho que teremos que percorrer agora será ainda mais desafiador, transformar nossas ambiciosas aspirações em resultados concretos. Realizarmos compromissos que assumimos irá exigir a ação convergente de todos nós, de todos os nossos países e sociedades rumo a uma vida e uma economia menos dependente de combustíveis fósseis, dedicadas e comprometidas com práticas sustentáveis na sua relação com o meio ambiente”.
O discurso condiz com o posicionamento do país, reconhecido como um dos grandes emissores de gases em todo o mundo, que agora passará por uma série de mudanças com o objetivo de tornar seus processos de produção industrial adequados as exigências do acordo e mais limpos para o planeta.