Em 2004 o Brasil iniciou seus investimentos em energia eólica através de subsídios do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), estabelecido pelo decreto nº 5.025 do mesmo ano. Desde então foram R$ 25 bilhões em investimentos que renderam ao país a liderança latino-americana no setor de energia eólica devido aos 71 parques instalados no território nacional.
Até 2020 estima-se que serão investidos R$ 40 bilhões em complexos eólicos brasileiros, já que em termos de rentabilidade é a segunda fonte de energia renovável com maior competitividade segundo Elbia Melo, presidenta da Abeeólica – Associação Brasileira de Energia Eólica. O setor que hoje representa 1,5% da geração de energia nacional deverá fornecer, até 2020, 15% do consumo energético brasileiro.
Parte destes investimentos estão sendo financiados pela multinacional norte-americana General Electric (GE), que já realizou outros investimentos em energias limpas e atualmente aplicou R$ 820 bilhões de reais no Complexo Eólico Alto Sertão 2, localizado no estado da Bahia.
Parque Eólico Alto Sertão 2
O projeto da Companhia Brasileira Renova terá um custo total de R$ 3 bilhões. As obras iniciaram em novembro de 2012 e devem ser finalizadas em dois anos, gerando 375 megawatts (MW) de potência, o bastante para suprir uma cidade com 3 milhões de habitantes, sendo este o maior complexo eólico da América Latina, a frente do seu antecessor Alto Sertão 1, também executado pela Renova que pretende gerar a energia eólica mais barata do mundo.
Tendência Nacional
O Brasil – que até 2008 dedicou-se ao desenvolvimento dos biocombustíveis, etanol e biodiesel, e às usinas hidroelétricas, maior setor de energia renovável atual – está mudando o perfil dos investimentos em fontes renováveis de energia e em 2011 o setor eólico correspondeu a 70% dos investimentos em fontes limpas de energia.
Os estados brasileiros que possuem ambiente favorável para a instalação de parques eólicos se concentram no sul (30%) e nordeste do país (70%), entre eles se encontram: Rio Grande do Sul, Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará.
Os parques eólicos têm um ótimo custo-benefício, são rápidos de serem instalados em comparação com as outras fontes de energias renováveis, possuem baixo impacto ambiental e o Brasil dispõe de uma vasta região com jazidas de vento e água que proporcionam o cenário ideal para instalação destes complexos. Outras vantagens apresentadas pelo litoral brasileiro é a proximidade com os grandes centros urbanos e uma boa rede de infraestrutura já instalada que distribui a energia para todo o país.
Com a crise da Europa e dos Estados Unidos, empresas multinacionais viram no Brasil a oportunidade de novos investimentos no setor energético, as mudanças nas políticas nacionais e os incentivos para o financiamento de equipamentos para a instalação dos parques eólicos contribuíram para a mudança de cenário. O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável – aprovou, em abril do ano passado, quase R$ 400 milhões para a instalação de cinco complexos eólicos no nordeste brasileiro, sendo que pelo menos 60% dos materiais utilizados na construção destes complexos devem ser produzidos no Brasil, estimulando as economias regionais.