Após descumprir prazos de entrega do Plano Municipal e Nacional de Resíduos Sólidos, a alternativa encontrada pela prefeitura de São Paulo para resolver a questão da gestão do lixo na capital foi reformular os objetivos da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), anunciadas em 02 de abril. O plano prevê reduzir o volume de lixo produzido pela população – que é depositado em aterros sanitários – de 98,2% para 20% dentro de 20 anos; tornar viável ao cidadão a gestão da compostagem nas residências; além de novas práticas de tratamento de materiais recicláveis.
A administração da cidade estima que pelo menos 30% da população reciclará resíduos orgânicos (restos de comida) dentro de casa até 2033. Esses resíduos representam 51% das 20,1 toneladas de lixo coletados diariamente na capital. Para que a meta seja alcançada a prefeitura começará a distribuição gratuita de 2 mil equipamentos que ajudarão os paulistanos a realizarem a compostagem de restos de alimentos. A gestão afirma que atualmente 6,3 mil toneladas de lixo são compostáveis.
De acordo com Silvano Silvério da Costa, presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), “o objetivo é reter o máximo possível os orgânicos e diminuir o lixo destinado aos aterros”.
Melhorias na coleta seletiva
Outra meta do plano está relacionada às centrais de reciclagem. Cada uma delas receberá o lixo mandado pelas empresas concessionárias, coletoras de resíduos, e reciclarão mais do que 250 toneladas diárias de lixo seco (lata, plástico, papel, vidro). A estimativa da prefeitura é de que essas centrais de reciclagem consigam reciclar 1,250 toneladas por dia, ou seja, cinco vezes mais. O valor investido em cada central foi de R$ 35 milhões.
As duas primeiras centrais de reciclagem devem começar a operar em junho. Uma delas está em construção em Santo Amaro, na Avenida Miguel Yunes; e outra na Av. do Estado, na Ponte Pequena. Os outros dois centros ficarão prontos apenas em 2016.
Para tratar o lixo reciclável úmido, como papel higiênico, caixas de pizza e fraldas descartáveis, a prefeitura pretende criar três ecoparques inspirados em instalações existentes na Espanha e Alemanha, locais onde é separado o que é possível ser reciclado, do que seria destinado a aterros.
A estimativa da administração é chegar em 2016, com os 96 distritos da capital paulista atendidos pela coleta seletiva, visto que atualmente apenas 75, ou seja, 42% dos distritos possuem o serviço.