O setor das companhias produtoras de energia solar pelo mundo sofreu um “boom” no aumento de investimentos. De acordo com Geir Tjetland, gerente da Skagen Vekst, fundo norueguês administrador de capital financeiro, em entrevista ao portal Bloomberg, a indústria de energia solar arrecadou EUR$ 960 milhões (US$1,3 bilhão), representando 0,4 a 0,5 % de toda a energia consumida no mundo. Tjetland ainda acredita que esta pode ser uma tendência nos próximos 10 anos e que esse tipo de eficiência energética pode ser a fonte primordial de energia, deixando para trás a demanda produzida pelas centrais hidrelétricas.
Os dados mostram uma recuperação dessa indústria após a forte queda do preço dos produtos desse mercado em 2012, quando o governo europeu reduziu os subsídios para essa tecnologia após a constatação da desaceleração do crescimento econômico. Devido este baixo rendimento, a indústria chinesa GCL-Poly Energy Holdings Ltd. fornecedora de tecnologia de energia solar, e a REC Silicon ASA, empresa produtora de silício policristalino, material base dos painéis fotovoltaicos, não investiram na produção dessa energia renovável.
O BI Global Large Index, Índice de Energia Solar, analisou outras 15 empresas do mesmo setor e encontrou queda de 87% no investimento dessa tecnologia. Embora haja esta redução, o setor continua crescendo. A GCL-Poly Energy Holdings Ltd. Aumentou em 32% o capital no mercado em 2013, enquanto a REC Silicon ASA apresentou investimentos melhores, com uma alta de 278%.
Segundo Tjetland, existe expectativa de crescimento dessa demanda impulsionada pela presença do Japão e China como grandes investidores, além da tecnologia avançar e trazer redução do custo de produção.
“O preço da energia solar está em torno de US$1 por watt produzido sem subsídio. Com esse preço, mais de 4 bilhões de pessoas na África, Ásia e sul da Europa serão capazes de comprá-la ao invés de recorrer a energia tradicional”, disse Tjetland. Esses são os motivos pelo qual o administrador acredita que esta indústria sofrerá o “boom”.
Impacto das empresas de baixo custo
Segundo Ole Soeberg, gerente de portifólio da Skagen Vekst, o mercado de silício policristalino – material usado na fabricação dos painéis solares – pode crescer cerca de 45% até o final de 2015. Este progresso pode aumentar a demanda por ações de produtores de custo mais baixo, como a GCL Poly, OCI CO. Ltd e REC Silicon.
Dados do relatório da Bloomberg mostram que o valor do silício aumentou para quase US$ 20 o quilo no início de fevereiro, em relação aos US$ 16 que chegou a custar no final de 2013. Soeberg ainda complementa que existem empresas eficazes produzindo um quilo de silício policristalino por US$ 15.
As companhias REC, GLC E OCI juntas, conseguem produzir anualmente cerca de 150 mil toneladas métricas desse material. Este número representa 50% da capacidade mundial total, segundo dados da Bloomberg.