Até aquele 04 de agosto, um dia antes da abertura oficial da Olimpíada 2016, o Brasil e o mundo todo mantinham cautela sobre a realização do maior evento esportivo do planeta no Rio. Episódios como o não cumprimento das metas ambientais e as complicações com a delegação australiana, mostravam a preocupação que todos tínhamos em relação à cidade receber a competição e toda sua tropa de atletas de elite.
A tensão que pairava sobre a capital carioca era imensa e estava carregada de desconfiança, que já vinha desde a Copa do Mundo de 2014, quando alguns dos estádios construídos acabaram, de certa forma, esquecidos após a celebração do futebol. Isto sem falar nos habitantes de bairros vizinhos, que sofreram com a gentrificação do local.
Mas quando o dia 05 chegou, por volta das 23h30, após um espetáculo que encantou a especialistas brasileiros e toda crítica mundial, os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro estavam oficialmente abertos. Uma festa tão maravilhosa – na cidade maravilhosa – que nem mesmo os torcedores mais otimistas poderiam antever.
Desde a cerimônia de abertura, quando atletas de todas as delegações, em um gesto simbólico, plantaram uma pequena semente e a pira olímpica apresentou mudanças significativas em sua forma de funcionamento, o Rio de Janeiro transmitiu a importância de ações no campo social e sustentável. Mensagem que ficou clara ao longo desta edição dos jogos para o planeta.
Ações mostraram que a relação do homem com a natureza pode ser saudável
Entre as atividades realizadas durante o período, a Feira dos Povos do Brasil, que reuniu alimentos e artesanatos produzidos de maneira sustentável, e que contou com o apoio de diversas associações e cooperativas, gerou grande repercussão. “Valorizar a biodiversidade e os povos e comunidades tradicionais que a usam é a melhor maneira de conservá-la para esta e para as próximas gerações”, destacou Juliana Simões, secretária interina de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, em release oficial.
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Dentro das competições, os atletas que não conquistaram um lugar no pódio receberam diplomas com selo ambiental, uma forma de premiá-los pelo desempenho.
Mudanças e promessas de melhorias
Outras iniciativas do COI (Comitê Olímpico Internacional) e de algumas entidades nacionais também mereceram destaque durante os jogos. Além da melhora nos transportes urbanos, integração da zona oeste e revitalização do porto da cidade, as instalações esportivas são as que mais têm a oferecer aos cariocas uma oportunidade real para o futuro na formação de novos atletas. Há planos de transformar a Arena do Futuro em quatro escolas e de o Parque Olímpico abrigar apartamentos e espaços comerciais. Outra parte pode se transformar em centros esportivos e espaço para shows.
Mesmo que ainda sem garantia, o processo de despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas, da Baía de Guanabara e da Jacarepaguá continuam, apoiado em projetos que visam à melhora na qualidade dos recursos ambientais disponíveis para a população.
Para os próximos anos, o Rio de Janeiro, do ponto de vista geral, promete dar prosseguimento ao plantio de 34 milhões de árvores para compensação dos gases de efeito estufa ligado à realização dos jogos, além de criar novas ideias para a preservação do meio ambiente e desenvolvimento social. Restam agora as lembranças deixadas pela grande festa, conferir as Paralimpíadas e aguardar pelo cumprimento das ações em prol do legado olímpico.