Fatores como o crescimento acelerado da população e o aumento da industrialização têm originado uma grande produção de resíduos, ou seja, um problema que deve ser encarado como prioridade para que surjam as melhores soluções técnicas para minimizá-lo. Com isso, a busca por medidas sustentáveis para controlar os efeitos indesejáveis dos resíduos se intensificam cada vez mais.
Nos últimos anos a sociedade está optando pelo uso de produtos sustentáveis. Assim sendo, tem se tornado frequente a utilização de biocombustíveis, que são combustíveis produzidos a partir da biomassa (matéria orgânica), de fontes renováveis, produtos vegetais ou compostos de origem animal, permitindo a reciclagem da matéria na natureza.
O principal papel dos biocombustíveis na matriz energética é que eles são fontes de energia que não contribuem para o acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera. Como os gases gerados na sua queima são reabsorvidos no crescimento da safra seguinte, há um equilíbrio entre a emissão e a absorção de poluente. Os biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, que contêm oxigênio em sua composição ajudam a reduzir as emissões de monóxido de carbono (CO) na atmosfera. E reduzir essas emissões representa menos poluição atmosférica local e, principalmente, nas grandes cidades.
As fontes mais conhecidas no mundo são a cana-de-açúcar, milho, soja, semente de girassol, madeira e celulose. A partir destas fontes é possível produzir biocombustíveis como álcool, etanol e biodiesel. Esses produtos podem representar uma fonte de renda para os fabricantes e se tornar artigos potencialmente competitivos no mercado, fortalecendo a economia, melhorando as condições ambientais e sociais (como a geração de empregos), além de induzir pesquisas para o aprimoramento de sua utilização como matérias-primas. Os biocombustíveis são biodegradáveis, por isso provocam menos impacto à natureza.
Processo de produção do etanol
O pré-tratamento ácido do bagaço de cana é a primeira etapa, em que é adotado o processo de hidrólise ácida branda, que consiste em submeter, no reator, o resíduo à quebra da estrutura cristalina da fibra do bagaço de cana e à recuperação de açúcares mais fáceis de hidrolisar.
Deslignificação é a segunda etapa. É retirada a lignina, complexo que dá resistência à fibra e protege a celulose da ação de microrganismos, porém, apresenta grande inibição ao processo fermentativo.
Fermentação é a terceira fase. O líquido proveniente do pré-tratamento ácido, rico em açúcares, é fermentado pela levedura Pichia stipitis adaptada para ser utilizada nesta fermentação. O sólido proveniente da etapa de deslignificação, rico em celulose, também é tratado, passando por um processo de sacarificação (transformação em açúcares) por meio de enzimas e é fermentado pela levedura Sacharomyces cerevisiae, o mesmo fungo utilizado na fabricação de pães.
Destilação é a etapa final. Ambos os líquidos provenientes das diferentes fermentações são destilados. O produto desta destilação é o etanol, que possui as mesmas características daquele fabricado a partir da cana em processo industrial.