Possibilitar a criação de áreas verdes de convívio da comunidade onde só existem terrenos abandonados com acúmulo de lixo ou entulho. Este é o intuito do novo Plano Diretor de São Paulo através do projeto “pocket parks”, ou parques compactos, parecidos com salas de estar ao ar livre. A ideia é uma releitura de uma iniciativa que já existente nos Estados Unidos há 40 anos, onde foram criados terrenos para descanso e lazer de pedestres.
O projeto é válido para áreas privadas e públicas e se for aprovado pela Câmara Municipal pode ser aplicado em qualquer lugar da região metropolitana de São Paulo. Valter Caldana, Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, explica que o conceito não possui uma metragem exata, a área de descanso pode ser construída em 300 m², como mais de mil.
De acordo com Caldana, a própria Lei de Parcelamento do Solo, a qual exige do empreendedor a doação de parte do terreno para a Prefeitura criar espaços verdes, já serve de inspiração para disseminar o conceito dos “pocket parks”. O diretor alerta que esses pequenos parques precisam de manutenção contínua por parte dos proprietários.
Os pocket parks geralmente são menores do que uma praça. Esses espaços ainda são chamados de parques de vizinhança, pois podem ser instalados entre duas construções, no meio de um quarteirão. Nesse modelo, servem como área de lazer para moradores ou para pessoas que trabalham na região.
Para o relator do novo Plano Diretor, o vereador Nabil Bonduki, a ideia dos miniparques segue os padrões dos pavimentos comerciais que facilitam a circulação de pedestres, como o caso do Conjunto Nacional na Avenida Paulista.
Criado pelo arquiteto Thomas Hoving, o conceito de “pocket parks” pretende atrair a atenção das pessoas que passam pelos centros urbanos para frequentarem um local arejado e sempre com algum elemento que remeta a natureza. Existem alguns modelos raros de pocket park em São Paulo, como o que está localizado em um terreno na Alameda Ministro Rocha de Azevedo (zona sul), e outro na Rua Amauri, na zona oeste.
O projeto de lei que reorganiza a cidade e cita as diretrizes do Plano Diretor já está tramitando na Câmara Municipal e deve ser votado pelos vereadores, em definitivo, até o final do mês de maio.