Procurar maneiras rápidas de redução de gastos com energia elétrica não é apenas uma preocupação dos consumidores residenciais. Há muitas empresas apostando em alternativas que tragam resultados efetivos e prolongados. E esta foi a motivação da rede Coop – Coorperativa de consumo para recorrer ao mercado livre em 2012 e garantir o abastecimento de energia elétrica em 17 das suas 28 unidades.
E os resultados positivos não demoraram muito a aparecer. Só no ano passado, a Cooperativa economizou R$ 1,2 milhão com a conta de energia elétrica e tem garantido a redução de aproximadamente 15% no gasto mensal do insumo. “Para efeito de comparação, as despesas representaram 0,6% do faturamento de R$ 2,028 bilhões registrado pela Coop no exercício de 2014”, calcula a engenheira Viviane Chicano.
A expectativa por resultados sustentáveis e econômicos levou a Coop a apostar nos benefícios que o Ambiente de Contratação Livre (ACL) poderia fornecer. E para colocar o projeto em prática foi escolhida a empresa Votener, divisão de energia do Grupo Votorantim. O contrato se estenderá até 2022 e prevê o fornecimento de 4,1 MW médios para o consumo de 17 unidades da rede enquadradas no sistema.
Caso a rede use menos energia do que a quantidade contratada, esta pode pode negociar o excedente no mercado livre. Se ocorrer o contrário, a Coop paga mais pela energia.
O mercado livre possui regras definidas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os consumidores que optam pelo ACL (Ambiente de Contratação Livre) adquirem o direito de comprar energia diretamente dos geradores ou comercializadores e negociar livremente itens como preço, prazo e volume. Diferente dos consumidores cativos, que pagam uma fatura, cujas tarifas são reguladas pelo Governo.
Expectativa de mais economia
Se no ano passado a economia foi de R$ 1,2 milhão, a expectativa é aumentar esse valor nos próximos anos. Isso porque a Coop está iniciando a migração de mais nove lojas do mercado cativo para o mercado livre, processo que ocorrerá entre 2015 e 2016. E os estudos já apontam economia de R$ 1,5 milhão para 2015 e de R$ 2 milhões para 2016.
A compra de energia elétrica no mercado livre não é a única estratégia da rede para ser mais sustentável. Além de recorrer à água de reuso e à iluminação natural em determinadas áreas das lojas, a Coop trocou a iluminação de toda a rede pela LED e implantou novos sistemas de refrigeração e exaustão.
A rede também colocou sensores de vaga no estacionamento das novas lojas para diminuir a liberação de CO2 e adquiriu sete geradores de 460 kVA. Os equipamentos serão instalados no Centro de Distribuição, na Central de Panificação, na manutenção de quatro unidades, duas de Santo André (Utinga e Pereira Barreto) e outras duas de Tatuí.
E a engenheira completa: “Estamos estudando a possiblidade de implantação de uma área de controle e monitoramento. Além de automatizar alguns processos, a iniciativa fornecerá índices que contribuirão para uma melhor performance das lojas, os quais proverão aumento da sustentabilidade de toda rede Coop.”