Condenada pela Justiça Federal em dezembro, a União deverá destinar recursos para a construção de um depósito final para os rejeitos radioativos gerados pelas usinas nucleares de Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. De acordo com a ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF), as instalações estocavam lixo atômico em armazéns provisórios desde o ano de 1982, prática responsável por provocar riscos à vida da população.
Deste modo, existe a possibilidade de que a usina Angra 2 seja desligada em 2017, conforme reportagem divulgada pelo jornal O Globo na última segunda-feira (12/05). A medida é motivada por uma avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou para uma suposta ocorrência de saturação dos estoques “temporários” num período futuro. Além disso, a condição de encerramento das atividades poderia estender-se à Angra 1 entre 2018 e 2019.
Ciente da situação, em nota, a Eletronuclear diz que “tem total controle da gestão dos rejeitos e combustível no âmbito da Central Nuclear Almirante Álvaro (CNAAA)”. Subsidiária da Eletrobras, a empresa argumenta que conduz ações para evitar danos à saúde humana e ambiental, citando como exemplo a criação do Repositório de Baixo e Médio Nível (RBNN). Entretanto, a companhia considera que as construções podem ser afetadas por atrasos.
Além disso, a Eletronuclear garante que atualmente realiza a implantação da Unidade de Armazenamento Complementar Irradiado (UFC) com operação prevista para iniciar em 2018. Com a finalização das obras, a organização pretende dispor os resíduos de forma segura, uma vez que, até 2007, as usinas Angra 1 e 2 produziram 3 mil toneladas de lixo radioativo.