Visando frear as mudanças climáticas do planeta e dar exemplo para o resto do mundo, a União Europeia anunciou, no final de outubro, um acordo para a diminuição de 40% da emissão de gases causadores do efeito estufa até 2030. A meta usa 1990 como ano-referência.
O compromisso foi firmado em uma reunião dos líderes do bloco em Bruxelas. A ideia é estimular outros países a aderirem um pacto mundial durante as negociações internacionais sobre o clima, marcadas para 2015, em Paris.
As medidas aprovadas, e que já entraram em vigor, incluem a utilização de energia de fontes renováveis para o suprimento de 27% da necessidade energética dos países pertencentes à União Europeia e o aumento da eficiência energética em 27% nos próximos de 16 anos.
“Aplaudo este passo que proporciona um estímulo valioso para o acordo climático mundial em 2015 em Paris. O fato de que 28 países da UE, que estão em diferentes fases do desenvolvimento econômico, sejam capazes de alcançar um bom compromisso é um bom presságio sobre a possibilidade de que todos os países cheguem a um acordo efetivo no próximo ano”, declarou a secretária da ONU para o clima, Christiana Figueres.
Os líderes do bloco consideraram a meta como ambiciosa e disseram que ela deveria ser seguida por potências, como os Estados Unidos e a China, na cúpula sobre o clima, marcada para o ano que vem na capital francesa.
Apesar das declarações de apoio da Organização das Nações Unidas, o resultado do acordo foi considerado decepcionante pelos ambientalistas. O compromisso firmado ficou muito abaixo da diminuição da emissão de gases nocivos ao meio ambiente em 80% até 2050, necessária para limitar o aumento da temperatura do planeta em 2°C.
O Greenpeace lamentou que os líderes europeus tenham “freado uma energia limpa”. A ONG Oxfam destacou a insuficiência do acordo e afirmou que a União Europeia deve focar no combate a mudança climática. Já a ONG Friends of the Earth disse que o compromisso “põe os países poluentes na frente do povo”.