A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou que produtores agrícolas e consumidores com melhores condições financeiras, jogam fora ou deixam estragar cerca de 1,3 bilhão de toneladas de comida, causando no mundo um prejuízo de US$ 750 bilhões por ano. Segundo José Graziano da Silva, diretor-geral da organização, este comportamento leva a escassez de alimentos e prejudica seriamente a natureza.
De acordo o relatório, a Ásia industrializada é a região que mais favorece os altos índices de desperdício e a emissão de carbono que envolve a produção de itens não consumidos. A FAO ressalta que os alimentos produzidos, mas não consumidos, correspondem a 3,3 gigatoneladas das emissões de CO2 e por um consumo de água equivalente a três vezes o volume do Lago de Genebra, de aproximadamente 89 m³.
O estudo constatou que a atividade agrícola na América Latina é menos eficiente na comparação com outras regiões do mundo, enquanto os consumidores da Europa e da América do Norte foram apontados como os que mais desperdiçam alimentos.
O levantamento concluiu que quase nada é desperdiçado pelos consumidores africanos, porém nesse continente a propensão a provocar perda dos alimentos é quatro vezes maior após a colheita devido às técnicas de manuseio.
Como alternativa para todos os países, a organização pediu aos governos e empresas envolvidas no fornecimento de produtos alimentícios que melhorem sua auditoria sobre o desperdício para evitar esse problema. Em algumas regiões, o excedente produzido poderia ser destinado a famílias necessitadas e, em outros casos, seria melhor não produzir tanto.