As temperaturas elevadas registradas em 2014 colocaram o ano em posição de destaque, tornando-o o mais quente desde 1880. Os dados são de um relatório produzido por pesquisadores da Agência de Administração Oceânica e Atmosférica (Noaa), do governo dos Estados Unidos, atualizado mensalmente.
De acordo com o relatório, o período que compreende janeiro e outubro foi o mais quente da história, batendo os recordes de 1998 e 2010. A temperatura média registrada foi de 14,78°, 0,68% maior que a média do século 20, que era de 14,1°. As altas temperaturas são evidentes em quase toda a superfície terrestre, exceto em partes da Ásia central.
O ano ainda registrou o mês de outubro mais quente desde 1880, com uma média global 0,74% acima da média do século 20. Os dados confirmam a tendência do aquecimento global em longo prazo.
OMM lança relatório alarmante
Além da Noaa, a Organização Mundial da Meteorologia (OMM) divulgou um relatório intitulado “Declaração provisória da OMM sobre o estado do clima mundial em 2014”, no qual relata a destruição de meios de subsistência e de vidas devido ao clima e às fortes chuvas.
O documento foi lançado durante a Conferência de Mudanças Climáticas (COP20), que acontece em Lima (Peru), com o objetivo de servir de base às negociações e discussões em torno do tema.
A declaração provisória ainda aponta a necessidade de tomar atitudes drásticas, já que afirma que o planeta está condenado a um futuro mais incerto e, provavelmente, inóspito devido a emissões de gases do efeito estufa sem precedentes e a sua concentração na atmosfera. Segundo informe do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em novembro, as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera são, atualmente, as mais elevadas em 800.000 anos.
Ainda segundo a OMM, as altas temperaturas de janeiro a outubro foram registradas em um ano sem o fenômeno El Niño, aquecimento cíclico das águas do Pacífico tropical que perturba o ciclo habitual das precipitações.