O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou no começo deste mês que 2017 já é o ano recordista no que diz respeito ao maior número de queimadas registradas, levando em consideração desde o início da pesquisa em 1999. De acordo com os especialistas, a temporada registrou exatos 272.558 focos de incêndio até o momento, superando a marca de 270.295 de 2004.
Para justificar esse recorde assustador, o Inpe aponta o mês de setembro como um dos principais responsáveis. Isto porque, só neste mês, mais de um terço dos pontos de calor do ano inteiro foram registrados entre os dias 01 e 30. No total, foram 110.988 pontos de calor, número próximo ao registrado da temporada inteira de 2008, 2009 e 2013, além de ter superado o ano de 2000.
Em 2016, os números chegaram a 188.044, o que representa somente 40% dos registros atuais. Entre as principais causas, a estiagem prolongada em boa parte dos estados e a ausência de fiscalizadores contribuíram para alastramento do fogo.
Como consequência, muitas UCs (unidades de conservação) foram destruídas pela propagação do fogo. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, por exemplo, foi alvo do maior incêndio já registrado em sua história em outubro, quando 68 mil hectares de terra foram queimados antes de finalmente ser controlado pelos bombeiros.
Para diagnosticar os incêndios, a Inpe faz uso da tecnologia de monitoramento por satélite, que permite observar focos com pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura. A expectativa do Inpe é de que nos próximos anos o número de focos diminua. Ainda assim, alerta-se para o perigo causado pela falta de controle de novas fronteiras agrícolas.
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