As alterações metabólicas do coronavírus fazem com que os fluidos corporais de uma pessoa tenham um cheiro ligeiramente diferente, o que é imperceptível para nós, mas não para os animais. Com base nisso, cientistas do laboratório de pesquisa bioveterinária da Universidade de Wageningen, na Holanda, submeteram 150 abelhas a uma espécie de “jogo”. Cada vez que eram expostas ao cheiro de um vison – uma espécie de doninha encontrada na Europa, Ásia e América do Norte – infectado com covid-19, elas recebiam uma solução de água e açúcar. Quando abordadas por uma espécime não infectada, elas não recebem nenhuma recompensa.
O processo, uma técnica psicológica chamada condicionamento pavloviano, levou as abelhas a identificarem o vírus em questão de segundos e automaticamente esticarem a língua para receber o açúcar.
Os responsáveis pela pesquisa ainda não sabem se elas conseguirão distinguir o cheiro fora do laboratório. De toda forma, os resultados até agora são muito promissores! O próximo passo é criar um protótipo para treinar várias abelhas ao mesmo tempo e tentar ensiná-las a reconhecer o coronavírus em aerossóis.
As abelhas não são os primeiros animais a detectar o coronavírus pelo cheiro. Pesquisadores alemães treinaram cães para distinguir entre amostras positivas e negativas da covid-19 da saliva ou suor humano com níveis bastante elevados de precisão. A ideia é que, no futuro, os animais possam ajudar a identificar casos em locais onde não há estrutura tecnológica suficiente para analisar testes de PCR.