Degradação e exploração marinha são os principais fatores que prejudicam a biodiversidade e trazem riscos a milhares de espécies que vivem no fundo do mar. Com profundezas que podem chegar a 4 mil metros, estima-se que boa parte dos tipos de vida nos oceanos sejam conhecidas. Novas tecnologias ajudam nessa descoberta, entretanto ainda há muito a se desvendar.
O fato é que a degradação humana e o acúmulo de lixos nos oceanos podem levar à perda de microfaunas e espécies que provavelmente ainda nem foram identificadas por cientistas. Em julho deste ano, o Instituto de Pesquisa do Aquário de Monterrey publicou imagens realizadas no fundo do Oceano Pacífico. O resultado é alarmante: a presença de lixo está em todas as 18 mil horas de gravações. A pesquisa foi feita do sul da Califórnia até a ilha de Vancouver, passando pelos arredores do Havaí. A maior concentração de lixo está em áreas mais profundas, de superfície irregular e com característica rochosa, segundo as imagens.
Cerca de um terço desse lixo encontrado é composto por plástico, que, nas profundezas do mar, tende a demorar mais para se decompor devido à fraca intensidade de raios solares. Esses resíduos propiciam a intoxicação de pequenos animais que, ao ingerirem esse material, acabam trazendo danos à espécie. Isso reduz a probabilidade de sobrevivência e, em longo prazo, pode causar o colapso de determinadas populações marinhas.
O lixo também forma resíduos tóxicos que confundem os receptores hormonais de algumas espécies e provocam uma queda na produção de esperma. Por conta disso, nascem mais fêmeas que machos, gerando um desequilíbrio na reprodução.
O Oceano Pacífico tem uma grande mancha de poluição, de tamanho equivalente ao Estado do Texas (EUA). Os resíduos ficam circulando na região devido às correntes marinhas que formam uma espécie de redemoinho. Pesquisadores estimam que para cada quilo de plâncton existam seis quilos de lixo plástico – cujo volume triplicou nos últimos dez anos.