Patrimônio da Humanidade desde 2007, as Ilhas de Galápagos já tiveram sérios problemas de degradação por conta da poluição e a perda de algumas das várias espécies nativas. Porém, na tentativa de mudar o panorama, o governo Equador iniciou um processo de preservação do arquipélago. Uma das ações mais inovadoras foi a construção do primeiro aeroporto ecológico do mundo, localizado na Ilha de Baltra, que, desde a sua inauguração no final de 2012, serve de principal canal de entrada de Galápagos.
O projeto todo foi idealizado na tentativa de se utilizar o mínimo possível de energia e o aproveitamento de recursos naturais, com um custo total de US$ 24 milhões. Tanto que a escolha do local do aeroporto levou em conta a incidência dos ventos e da luz solar, de forma a aproveitar a brisa e a luz naturais e reduzir a temperatura sem a necessidade de recorrer ao ar condicionado.
Outra preocupação se deu com a comodidade dos passageiros, uma vez que o forte ruído e a emissão de gases expelidos pelos aviões ficam afastados do prédio principal. O horário de funcionamento do aeroporto é das 7h30 às 15h. A ideia é evitar as temperaturas mais altas da tarde.
Além disso, o teto das fachadas é elevado nas faces norte e sul do prédio, assim, existe espaço para aberturas que dão para os jardins internos, fornecedores de luz natural e ventilação ao aeroporto. Nas extremidades leste e oeste do empreendimento as paredes são opacas e sem janelas, no intuito de diminuir a incidência solar.
A água utilizada no prédio é oriunda de duas fontes: uma usina de dessalinização e tubulações no teto que aproveitam as chuvas. Primeiramente a água é canalizada para as torneiras e depois é reutilizada nos sanitários. Além disso, a água servida dos banheiros também são tratadas para posterior reuso.
A obra ocupa 6.000 metros quadrados, área três vezes superior à do antigo terminal aéreo, mas consume 30% a menos de água potável do que um prédio do mesmo tamanho com instalações convencionais.
Os 356 painéis solares foram instalados com o uso de material de demolição do antigo terminal e geram 50% da energia consumida pelo novo aeroporto de Galápagos. O restante da energia necessária vem da energia eólica.