Plantar para comer. Essa é a principal característica da agricultura de subsistência. Neste modelo, o plantio ocorre em pequenas lavouras e a colheita é feita apenas para o consumo do agricultor e de sua família.
Durante o Rio+20 um extenso debate foi criado sobre o tema. Segundo o economista indiano Pavan Sukhdev, um terço da população mundial pratica este tipo de atividade agrícola. O estímulo à agricultura para o próprio consumo é uma das ações que compõem a primeira meta do milênio: o combate a fome e a pobreza.
A agricultura de subsistência no Brasil é um importante instrumento para diminuição da miséria. No entanto, a baixa produtividade dos minilatifúndios abre debates acerca da necessidade de modernizar este modelo de produção, passando para o plantio de alta produtividade, com fins comerciais.
Apesar dos benefícios deste modelo agrícola, existem algumas dificuldades. Os pequenos produtores nem sempre possuem condições de mecanizar o cultivo, além disso, a baixa renda, o pouco ou quase nenhum crédito e, muitas vezes, o baixíssimo índice de educação são alguns dos impeditivos.
Por outro lado, é por meio deste modelo econômico que milhares de famílias sobrevivem em todas as regiões do país, com uma ênfase especial para o norte e o nordeste. Não só no Brasil, mas em todo o globo, a agricultura de subsistência exerce grande importância na economia familiar.
É importante citar, também, um novo aspecto: centenas de pessoas escolhem viver plantando e colhendo seus próprios alimentos. Elas migram das cidades para o campo em busca de uma vida mais sustentável e mais próxima da natureza, adotando um estilo de vida menos capitalista.
Principais características da agricultura de subsistência
Entre as características deste modelo agrícola estão o uso de ferramentas simples, como enxadas, foices, arados e rastelos; e a rotação de culturas, com o plantio de diferentes alimentos na mesma área, definidos conforme a época do ano ou a necessidade do produtor.
A técnica de rotação contribui para a conservação do solo, melhorando suas características, diminuindo a incidência de ervas daninhas e pragas, promovendo diferentes formas de adubação.
Outro importante atributo da agricultura de subsistência é a mão de obra familiar, ou seja, o cultivo é feito pelos próprios proprietários e beneficiários da terra. As principais culturas produzidas são milho, mandioca, batata, feijão, arroz e hortaliças. O excedente é trocado por outros alimentos não produzidos nessas comunidades ou vendido a fim de suprir outras necessidades essenciais.