De acordo com um relatório divulgado este mês no dia 6 de setembro, na sede do SOS Mata Atlântica, a agropecuária é a grande responsável pela maior parte da emissão de gases causadores do efeito estufa no Brasil, quando levado em consideração o desmatamento e o exercício direto da atividade. O índice de emissões chega a 66%.
Esses dados foram levantados pelo Seeg (Sistema de Estimativa de Emissão de Gases Estufa) e pelo OC (Observatório do Clima). Foram levados em consideração os dados referentes a 2014, sendo que, de forma direta, 23% das emissões de CO2 no Brasil são derivadas da agropecuária. Incorporado nesse ambiente, 76% das emissões estão relacionadas à pecuária, sendo 64% derivados do consumo de carne (bovino de corte), de acordo com Imaflora.
A maior emissão vem da mudança do uso da terra, com cerca de 42%, mas o termo, de forma geral, é referente aos desmatamentos, que geralmente estão relacionados à atividade agropecuária. Somados os 23% emitidos diretamente pela agropecuária e esse tipo de ação, juntos eles atingem o valor aproximado de 66%.
Falta de leis rígidas é um dos obstáculos
Dados do Imazon mostram que se tivesse uma melhor aplicação da legislação ambiental seria possível ter um aumento na arrecadação em mais de R$ 1 bilhão por ano.
Hoje a energia é a segunda colocada entre as fontes de gases estufa, com 26%. E anualmente essas emissões vêm aumentado, por conta da crise na produção de energia hidrelétrica, o que só prejudica o meio ambiente.
A Instituição de Energia e Meio Ambiente também mostrou que quase metade (46%) das emissões estão vinculadas à energia associadas ao transporte, tanto de carga quando de passageiros.
O que esperar do futuro?
Os dados da OC mostram que se o Brasil cumprir os compromissos selados no Acordo de Paris, como restauração e reflorestamento de matas, recuperação de pastos, entre outros, será possível reduzir as emissões de gases estufa mais do que o planejado no INDC (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas).