© Depositphotos.com / BrianAJackson Substâncias presentes na atmosfera deixam a água da chuva imprópria para consumo.

Muitas pessoas nas grandes e pequenas cidades possuem a mesma dúvida: a água da chuva é potável para beber? O questionamento fica ainda mais comum em tempos de crise hídrica, quando muitas famílias brasileiras passam por problemas no recebimento de água potável. A resposta é: depende, mas geralmente não é uma água recomendada para o consumo!

Em cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, a água da chuva já chega ao solo com mais contaminantes do que a chuva do campo ou litoral. O motivo é simples, o ar dos grandes centros urbanos é bem poluído e, na formação das nuvens, várias substâncias presentes na atmosfera são agregadas na nuvem.

“A chuva do campo costuma ser rica em cálcio e potássio vindos do solo. No litoral os temporais devolvem o sódio que evaporou com o sal da água do mar”, alerta Adalgiza Fornaro, profissional da área de química da Universidade de São Paulo. Com isso, mesmo em regiões com o ar mais limpo, a água da chuva chega ao solo com diversas substâncias que interferem na qualidade, impossibilitando o consumo.

Mas, e se a pessoa beber a água da chuva em regiões com o ar mais limpo, como no campo? O que acontece é que, por uma questão de saúde e segurança, nenhum órgão pode classificar a água da chuva como potável, pois muitas substâncias podem ser transportadas pelo ar e tornar a análise praticamente impossível em pontos mais afastados. Para compreendermos como é difícil este acompanhamento, pesquisas recentes de USP indicam que a poluição gerada em São Paulo pode ser encontrada no ar a mais de 350 quilômetros de distância.