De acordo com a agência estadual Xinhua, a China começou, no domingo (23), a produzir energia elétrica em sua maior represa no Tibete, uma obra polêmica por seu impacto ambiental, que afeta Índia e Bangladesh.
Construída sobre o rio Yarlung Zangbo, como os chineses chamam o Brahmaputra, a primeira unidade hidroelétrica desta represa terá capacidade de produção de 510 megawatts. A obra custou 9,6 bilhões de yuans (1,26 bilhão de euros) e deve ser concluída em 2015.
“Esta central hidrelétrica resolverá os problemas de falta de energia elétrica do Tibete, em particular durante o inverno”, disse um diretor da empresa de eletricidade tibetana, segundo a Xinhua.
Situada a 3.300 metros de altura sobre o curso superior do Brahmaputra, no Tibete, a represa está numa região onde nascem vários dos rios mais importantes da Ásia.
A Índia manifestou preocupação com a obra, já que o Brahmaputra integra no golfo de Bengala e com Bangladesh um dos deltas mais férteis de uma das regiões mais populosas do planeta.
Com suas necessidades energéticas, os países ao pé da cordilheira do Himalaia – em particular China e Índia, duas grandes economias emergentes – realizam importantes projetos de represas hidrelétricas, que provocam tensões com os países vizinhos afetados pelas obras.
O aquecimento global e suas consequências sobre as geleiras do Himalaia aumentam ainda mais a preocupação.