Com ventanias que ultrapassaram os 310 km/h, o tufão Haiyan acarretou a morte de aproximadamente 4 mil pessoas nas Filipinas até o momento e foi considerado o ciclone tropical mais potente a atingir terra que a história já registrou. Entretanto, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), esta catástrofe pode ter sido causada pelas próprias atividades humanas que, através das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e mudanças climáticas, impulsionam o aquecimento global, tornando frequentes os desastres naturais.
Conforme a OMM, agência especializada pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU), a elevação das temperaturas causa o derretimento das geleiras, aumenta os níveis dos mares, o que deixa as regiões costeiras mais vulneráveis, uma vez que a alta do volume d’água expande o impacto das tempestades.
Basicamente, os ciclones se constituem quando as águas dos oceanos evaporam e se acumulam em forma de nuvens na camada mais baixa da atmosfera, criando uma zona de baixa pressão atmosférica, fazendo com que o ar quente suba e os ventos frios desçam rápido, ações que configuram as tempestades e são alavancadas pelo aquecimento global.
Enquanto os prejuízos causados pelo tufão Haiyan superam os 14 bilhões de dólares, isto é, um montante superior a 5% do PIB (Produto Interno Bruto) das Filipinas, a ONU pede US$ 301 milhões em doações aos países desenvolvidos. Até o momento, a Inglaterra se comprometeu a ajudar com 17 milhões de dólares, a Austrália enviará algo em torno de US$ 9,3 mi e a Nova Zelândia destinará 1,6 milhão de dólares.
Em solidariedade aos 10 milhões de filipinos afetados pela tragédia, a Comissão Europeia prometeu mandar US$ 10 mi, a Alemanha concedeu 23 toneladas de materiais e alimentos para a nação. O Japão disponibilizou uma equipe de 25 médicos e profissionais da saúde, 700 soldados e a doação de 20 milhões de dólares e a China, por outro lado, anunciou um auxílio de US$ 200 mil.
Por meio do Pontifício Conselho Cor Unum, que financia iniciativas humanitárias no Vaticano, o Papa Francisco contribuiu com 150 mil dólares ao governo das Filipinas e, no próximo domingo dia 24 de novembro, irá lançar campanha de coleta de doações na cerimônia de encerramento do Ano da Fé. Os norte-americanos encaminharam um porta-aviões George Washington e os cruzadores USS Antietam e USS Cowpens com 5 mil soldados e 85 aeronaves para dar suporte ao país asiático até em suas áreas mais remotas.
Yeb Sano, o chefe da delegação das Filipinas na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 19) em Varsóvia, na Polônia, ao saber que o tufão Haiyan deixou 800 mil desabrigados e destruiu 80% das construções na cidade de Tacloban, declarou greve de fome enquanto os 190 países envolvidos na reunião não concretizarem um novo acordo mundial para mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa. “É a 19ª COP, mas poderíamos parar de contar, porque o meu país se recusa a aceitar que será necessária uma COP30 ou COP40 para resolver a questão da mudança climática. Agora é hora de agir”, alertou.