O derretimento das geleiras no oeste da Antártida, no mar de Amundsen, provocado pelo aquecimento global (responsável por aumentar a temperatura dos oceanos), será em escala irreversível, ou seja, haverá um avanço gradativo no nível das águas da região por conta da dissolução irrefreável do gelo. A constatação foi feita pela NASA (National Aeronautics and Space Administration), agência americana de pesquisa espacial a qual confirmou que o nível dos mares poderá ser elevado em mais de um metro nos próximos 200 anos.
Eric Rignot, professor de Ciências do Sistema da Terra da Universidade da Califórnia e glaciólogo da NASA, disse em teleconferência que este processo presente na Antártida poderia triplicar o nível dos oceanos “já passamos do ponto sem retorno e isto terá consequências maiores para os níveis dos mares no mundo todo”, relatou.
De acordo com o cientista, o gelo que derrete no oceano esteve aumentando continuamente durante mais de 40 anos. São ao todo, cerca de 182 mil quilômetros quadrados de gelo na Antártida atualmente. Diante das informações, Rignot calculou que a diminuição no caso da geleira Smith, em 35 quilômetros, seria de dois quilômetros por ano.
Já na década de 1970 os pesquisadores da agência classificaram esta região como ameaçada, justamente por se encontrar entre seis geleiras gigantes: Thwaites, Kohler, Pine Island, Haynes, Pople e Smith.
Um segundo estudo divulgado no início da semana na revista Science sobre o mesmo fenômeno revelou que o desfalecimento dessas enormes estruturas de gelo pode impulsionar o derretimento de outras áreas da Antártida, aumentando o nível do mar do nosso planeta em aproximadamente quatro metros.
A agência anunciou que enviará especialistas à Antártida para analisar detalhes das geleiras. O intuito é observar se o degelo realmente vai demorar mais tempo para produzir outros efeitos negativos ou se os resultados serão em curto prazo.
O vídeo “Runaway Glaciers Antartida” (Geleiras fugitivas da Antártida, do inglês) mostra exatamente o processo de derretimento do gelo das seis regiões e como o fenômeno altera o bioma local. Acompanhe a projeção: