Com 5,5 milhões de km² de área cobrindo nove países da América do Sul, a floresta Amazônica representa um terço das florestas tropicais do planeta, abriga mais da metade da biodiversidade mundial e tem papel imprescindível no equilíbrio ecológico da Terra. O Brasil abriga 64,3% da Amazônia e enfrenta graves problemas de desmatamento. Entre as atividades mais danosas ao bioma, estão o corte de árvores para venda ilegal da madeira e as queimadas causadas, na maioria dos casos, por fazendeiros.
As áreas mais atingidas por queimadas na Amazônia estão localizadas nos estados do Mato Grosso, Rondônia e Pará, justamente em locais propícios para a agricultura, região conhecida como Arco de Fogo. Apesar de ser ilegal, agricultores colocam fogo em partes da floresta dentro de sua propriedade para expandir sua área de plantio. Outra situação são as queimadas para manutenção de pasto para a agropecuária e limpeza de roçados que acabam saindo de controle.
Segundo o relatório “Amazônia sob Pressão”, divulgado por 11 organizações não governamentais, o Brasil registrou 90% dos focos de incêndio localizados na floresta amazônica entre 2000 e 2010. A área com o maior número de focos de queimada coincide exatamente com o Arco de Fogo, local com uma fronteira agrícola crescente.
Um dos grandes problemas causados pelas queimadas é o ciclo vicioso que é criado. Os incêndios na Amazônia já são responsáveis por 5% de toda a emissão mundial de CO2, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global. Deste modo, os focos de fogo provocam aquecimento e seca, contribuindo para o fenômeno do aumento da temperatura que por sua vez propicia condições naturais ainda mais favoráveis para futuras queimadas.
O último balanço anual de desmatamento divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou uma perda de 4.656 km² da Amazônia brasileira entre agosto de 2011 e julho de 2012. A área equivale a mais de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.