Com um vasto território, o Brasil abriga uma grande quantidade de cavernas, dentre elas, algumas das mais lindas do mundo. De acordo com pesquisa divulgada em 2012 pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), é possível encontrar mais de 10 mil cavernas no país.
Os ambientes são caracterizados pela ausência de luz, pequena variação de temperatura e umidade, falta de vegetação e ecossistema frágil. Normalmente, abrigam uma fauna diversificada e diferente que inclui peixes cegos, morcegos e vários outros animais.
Essas formações rochosas são dadas como místicas e escondem riquezas jamais vistas em outros lugares, de vestígios fósseis e pinturas rupestres a imagens paradisíacas, moldadas pelo tempo e pela água.
Muitos descrevem a sensação de estar em uma caverna como única. Isso porque acreditam nas histórias e lendas, ou porque veem o lugar como um templo religioso –as grutas de Bom Jesus da Lapa, Mangabeira e Brejões são alguns exemplos de cavernas que recebem peregrinações. Ou, simplesmente, porque as cavernas são únicas e sempre nos reservam uma surpresa, oferecendo-nos uma dose de aventura. Afinal, nunca sabemos o que vamos encontrar depois do grande salão, dos lagos, das cachoeiras ou da passagem estreita.
Turismo
Essa beleza natural vem atraindo cada vez mais turistas. São mais de 50 cavernas destinadas ao turismo no Brasil, entre elas destacam-se a Caverna de Santana e a Caverna do Diabo, localizadas em São Paulo e a maravilhosa Gruta do Lago Azul, em Bonito, no Mato Grosso do Sul.
As cavernas brasileiras também são destaque no cenário internacional. Isso porque além de lindas, possuem dimensões gigantescas, como é o caso da Toca da Boa Vista, na Bahia, a maior gruta da América do Sul, com 65,5 quilômetros.
Ameaças
O avanço da tecnologia e a utilização de equipamentos específicos contribuíram para desenvolvimento de pesquisas em cavernas e, também, do turismo.
No entanto, o que era para ser a solução, se tornou problema. Isso porque a adaptação desse patrimônio natural para a recepção de humanos provoca grandes danos, já que elas são muito delicadas. Em muitos casos, todo cuidado é pouco e qualquer toque pode destruir a paisagem que demorou anos para ser concluída.
A construção de passarelas e escadas, por exemplo, podem facilitar o acesso das pessoas, mas também pode impedir o crescimento do ambiente. Já a iluminação artificial colocada em algumas grutas leva ao desenvolvimento da vegetação, comprometendo diretamente o equilíbrio do ecossistema. Além disso, os flashs fotográficos podem interferir diretamente nas paisagens e modificar o ambiente.
A fim de minimizar a ação do homem e preservar esse patrimônio natural e cultural, algumas cavernas são limitadas, com períodos de visitação, por exemplo. Além disso, governo e ambientalistas trabalham lado a lado na conversação das cavernas. Nesse contexto, foi criado o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas, vinculado à Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do Instituto Chico Mendes, que atua como interlocutor governamental da área.