O meio ambiente pede por socorro cada vez mais, em razão dos impactos que vem sofrendo com o aumento desenfreado das concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera.
A situação vem afetando sobremaneira a vida marinha e os oceanos, resultando na perda de oxigênio nos ecossistemas azuis, além das mortes dos recifes de corais e a acidificação dos mares, alerta a ONU (Organização das Nações Unidas) Meio Ambiente.
Um exemplo disso é o que vem acontecendo com espécies de peixes, como o atum e o peixe-espada, por exemplo. Ambos são conhecidos como mergulhadores de águas profundas, por caçarem a 200 metros abaixo de profundidade. No entanto, eles estão cada vez mais sendo vistos na superfície. A explicação para isso é que as temperaturas mais quentes dos mares acabaram com o oxigênio da água, o que dificulta a respiração desses animais em águas profundas. Quanto mais calor a atmosfera do planeta armazena, mais quente os oceanos ficam.
Embora as temperaturas crescentes do mar possam variar em diferentes profundidades, elas levaram zonas profundas, já com baixo volume de oxigênio, a perder ainda mais oxigênio, transformando os habitats da vida subaquática.
Triste constatação
Relatório publicado recentemente pela Organização Meteorológica Mundial revelou que mais de 90% da energia armazenada pelos gases do efeito estufa vai parar nos oceanos. O ano de 2018 registrou novas altas da temperatura dos oceanos a 700 metros e 2 mil metros de profundidade. A elevação bateu o recorde anterior, de 2017.
A situação deve ser preocupante para a sociedade como um todo e não só para quem vive em regiões litorâneas, já que, para cada duas vezes que inspiramos oxigênio, em uma delas nós inspiramos oxigênio produzido pela vida no oceano.
A ONU Meio Ambiente ressalta que a poluição originária de fontes terrestres traz preocupações particulares para os oceanos, devido a formas reativas de nitrogênio, entre elas, o óxido nitroso — um potente gás do efeito estufa. O acúmulo de nitrogênio de emissões atmosféricas e do escoamento de resíduos, junto com o fósforo, pode provocar florações de algas que são prejudiciais à vida marinha e causam falta de oxigênio no oceano — o que, por sua vez, pode matar peixes, caranguejos, ostras e outros animais aquáticos.
O que fazer?
Gases do efeito estufa são a principal fonte de poluição do ar e incluem dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e hexafluoreto de enxofre. A atividade humana, como a queima de combustíveis fósseis, a criação da pecuária e as emissões de veículos, aumentaram o volume dessas substâncias na atmosfera.
Ações executadas no dia-a-dia podem ajudar no controle dessa situação. Quando possível, locomova-se a pé ou de bicicleta. Opte também por carona com familiares ou amigos, ou utilize o transporte coletivo.
No que diz respeito ao consumo, compre apenas o que for necessário, utilize o produto ao máximo e venda, doa e reutilize aqueles que seriam descartados. Ao comprar eletrodomésticos, prefira os que têm eficiência de energia.
Na cozinha, dê preferência ao fogão à gás, que emite 50% menos de gases do efeito estufa que o modelo elétrico. E na hora do banho, use menos água quente. Instale um chuveiro de baixo fluxo de água e deixe de emitir 125 quilos de gases por ano.
Outra dica para implantar no seu cotidiano é reciclar o lixo orgânico: 3% dos gases que provocam o efeito estufa são provenientes do lixo em decomposição, principalmente o gás metano. Você pode usar o lixo orgânico para adubar um jardim, por exemplo. Além de colaborar com a natureza, ajuda a eliminar o mau cheiro.
Por conta da expansão das atividades humanas, os mares estão lutando para acompanhar o ritmo. É por isso que não só a sociedade civil, mas também os governos e as empresas têm que trabalhar juntos para reduzir os poluentes.