Peixes mutantes, caranguejos sem as características pinças, focas com plástico na barriga. Esses são alguns dos impactos que a poluição gera à biodiversidade marinha e aos seres humanos. Oceanos e mares são contaminados diariamente por esgotos, produtos químicos, tóxicos e petróleo, trazendo sérios prejuízos à fauna e microfauna, como os plânctons.
Você já ouviu falar na mancha de lixo do oceano Pacífico? Ela realmente existe e tem o tamanho equivalente ao estado do Texas (EUA). Nesses depósitos de lixo flutuante já foram encontrados diversos tipos de resíduos que, definitivamente, não deveriam estar lá: cones de trânsito, brinquedos, tênis, malas de viagem, cordas e muito plástico. Eles ficam circulando na região devido às correntes marítimas que formam uma espécie de redemoinho. Pesquisadores estimam que para cada quilo de plâncton existam seis quilos de lixo plástico – cujo volume triplicou nos últimos dez anos.
Qualquer alteração nos oceanos reflete diretamente na dieta dos animais e na sobrevivência das espécies. Pesquisadores já encontraram tartarugas que comeram isqueiros, peixes engasgados com linhas de pesca e pássaros marinhos mortos com o estômago cheio de plástico. Isso reduz a probabilidade de os animais sobreviverem e pode, em longo prazo, causar o colapso de determinadas populações.
Além disso, o lixo forma resíduos tóxicos que confundem os receptores hormonais de algumas espécies e provocam uma queda na produção de esperma. Por conta disso, nascem mais fêmeas que machos, gerando um desequilíbrio na reprodução.
Todos esses danos vêm parar à nossa mesa. Quando nos alimentamos de animais oriundos de áreas comprometidas pela poluição, acabamos ingerindo também todas as substâncias tóxicas. É um processo circular que, se não for remediado, pode comprometer, também, a vida dos seres humanos.