No último dia 17, a Unesco anunciou a decisão de conceber ao Conjunto Moderno da Pampulha o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. O reconhecimento veio a público após votação realizada no Centro de Convenções de Istambul, Turquia, durante a 40ª sessão do Comitê de Patrimônio Mundial da organização.
Para conquista do prêmio, que rendeu ao conjunto construído por Niemeyer o título de 20º bem brasileiro inscrito na lista de patrimônios mundiais, a Pampulha precisou ser indicada pelos 21 países que fazem parte do comitê. Além do grande arquiteto, o local conta também com a assinatura de Roberto Burle Marx (paisagismo) e Cândido Portinari (responsável pelo painel externo de azulejos da igreja de São Francisco).
Em entrevista à Agência Brasil, Leonardo Castriota, professor de arquitetura da UFMG e presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios no Brasil (Icomos), fala da representação do prêmio: “O Conjunto Moderno da Pampulha é uma referência na arquitetura mundial pela utilização do concreto armado, que ainda não havia sido utilizado em construções semelhantes. Causou, assim, um impacto no mundo inteiro”.
Erguido no começo dos anos 40, o Conjunto Moderno da Pampulha é composto pela Lagoa da Pampulha e sua orla, a Igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha (antigo Cassino), os jardins de Burle Marx, o Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design (antiga Casa do Baile), a Praça Dalva Simão (antiga Santa Rosa) e o Iate Tênis Clube (antigo Iate Golfe Clube).
Há muitas décadas considerado um lugar de grande valor cultural para a capital mineira, o Conjunto já era tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e também pelos poderes estadual e municipal. Com a conquista internacional, Belo Horizonte se transforma em um destino ainda mais conceituado para os turistas, além da responsabilidade pública em manter o local bem preservado.