Divulgada no último dia 15 de setembro, a edição de 2013 do Índice de Saúde do Oceano (OHI) concedeu a nota média de 65, entre a máxima de 100 pontos possíveis, às condições da qualidade dos mares pelo mundo. O levantamento contou com a participação de 51 pesquisadores de diversas universidades e organizações não governamentais, avaliando 221 zonas econômicas exclusivas (ZEE), localidades que abrangem países, ilhas e áreas banhadas pelas mesmas águas.
Iniciado em 2012, o apontamento se tornou mais preciso, pois, na versão do ano anterior, examinou apenas 171 regiões. Criado por Beau Wrigley, membro do conselho da ONG Conservação Internacional, e sua esposa, Heather, o documento atribuiu ao Brasil a 83ª colocação, com a pontuação de 66, ou seja, superando um pouco a média mundial.
Na primeira publicação do estudo, com menor número de regiões examinadas, a média mundial foi de 60 pontos e o Brasil obteve a 35ª posição ao conseguir a avaliação de 62 pontos. Atualmente, as Ilhas Heard e McDonald lideram o índice, com 94 de nota, porém é importante ressaltar que o arquipélago fica em um território vulcânico e externo da Austrália, ou seja, não possui habitantes humanos, o que, provavelmente, reduz as emissões de substâncias poluentes no local.
Para a formulação dos pontos são considerados os seguintes quesitos: oportunidades de pesca artesanal; biodiversidade; economia e subsistência costeira; águas limpas; armazenamento de carbono; proteção costeira; identidade local; turismo e recreação; produtos naturais e provisão de armazenamento.
Enquanto a Guiné-Bissau, com 41 pontos, ocupou a última posição no ranking, as 15 nações (como EUA, China, Japão, Alemanha etc.) que apresentam maior PIB (Produto Interno Bruto) do planeta, numa soma de notas, alcançaram somente a pontuação média de 66, deixando evidente que desenvolvimento econômico não tem, necessariamente, conexão com a preservação dos recursos hídricos.
Se analisado individualmente, o Brasil está bem conceituado nas questões referentes a armazenamento de carbono (92), proteção costeira (85) e oportunidades de pesca artesanal (99). Porém, assim como outras pátrias, o País demonstra situação defasada em uso dos produtos naturais (15), provisão de alimentos (24) e turismo (34).
Segundo a equipe científica conduzida por Benjamin S. Halpern, do Centro Nacional para Análise e Síntese Ecológica, instituição norte-americana, o Índice de Saúde do Oceano passou por mudanças em sua metodologia, o que acarretou aumento entre as notas, contudo, nenhuma melhora efetiva foi constatada na qualidade das águas marítimas.