Há algumas semanas, a agência espacial norte-americana NASA divulgou um estudo no qual apresentava evidências apontando o mês de julho como o pior da história da Amazônia no número de queimadas. Na última semana, em entrevista à rádio EBC, o tenente-coronel chefe da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros do DF, Alan Alexandre Araújo, confirmou que o Distrito Federal registrou mais de mil incêndios só no último mês.
De acordo com o tenente-coronel, “as chuvas cessaram antes do período, a temperatura se elevou no momento em que as chuvas cessaram e, por consequência, o sistema formado deixou a umidade do ar muito baixa”, justificando o número de ocorrências registradas no último mês. Com a seca, a vegetação acabou se desidratando, adquirindo a condição de combustível em potencial para gerar os incêndios.
Assim como na região da Floresta Amazônica, o Distrito Federal também sofre com as alterações drásticas do clima nesta época da temporada, considerada pelo especialista como “o mês mais emblemático do ano”, tornando-se muito mais vulnerável e susceptível aos acidentes ambientais.
Um dado assustador e que chamou muita atenção neste ano, se comparado ao mesmo período em 2015, foi o aumento no número de registros do evento. No ano passado, o corpo de bombeiros do DF registrou 170 ocorrências desse tipo em junho, número que subiu para 1028 casos em 2016 (equivalente a um aumento de mais de 588%), trazendo um impacto ambiental muito maior do que o estimado pelas autoridades.
Há alguns meses, o comandante do Grupamento de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, tenente-coronel Glauber Anderson Martins de La Fuente, falou sobre o assunto e orientou algumas dicas importantes para os cidadãos quando estes identificarem um princípio de incêndio.
Além de comunicar imediatamente o corpo de bombeiros, Glauber recomenda que as pessoas evitem acumular lixo em locais inapropriados, mantendo a limpeza de áreas verdes (mesmo em espaços urbanos) e sempre cobrar dos órgãos responsáveis do município o recolhimento de materiais descartados. O oficial também alertou para os riscos na criação de aceiros por parte de agricultores e outros produtores rurais.