Responsável por proteger a Terra dos raios ultra-violetas emitidos pelo sol, a camada de ozônio sofreu muito com a ação do homem a partir do século passado. A emissão de gases nocivos na atmosfera fez com que a nossa “manta protetora” abrisse buracos de tamanhos continentais em cima das mais diversas regiões do planeta.
Porém, a Organização das Nações Unidas mostrou que nem tudo está perdido. Depois de décadas de degradação, a camada de ozônio começa a dar sinais de que irá se recuperar completamente até o ano de 2050. O buraco sobre a Antártida deverá começar a ser fechado já em 2020. O levantamento foi publicado pela ONU na semana passada, após quatro anos de pesquisa com 300 cientistas das mais variadas nacionalidades.
O último estudo foi realizado em 2010, porém, não havia apontado nenhum tipo de recuperação. Deste modo, a ONU comemora a melhoria, que só foi possível com a cooperação internacional.
A projeção da entidade internacional aponta que a camada de ozônio poderá voltar ao nível de 1980, data de referência, até a metade deste século. Com o ponto mais crítico do problema sendo identificado em 1993, campanhas foram surgindo e acordos foram feitos para a redução da liberação de gases nocivos na atmosfera. Agora, a constatação é de que, a cada ano, a concentração desses gases está caindo 1%. Neste cenário, 2 milhões de casos de câncer de pele poderão ser evitados até 2030.
A previsão mais animadora, porém, pouco realista, é de que se todas as emissões de gases fossem interrompidas agora, a camada estaria totalmente recuperada até 2039. Cenário este que não se tornará realidade, uma vez que a economia mundial sofreria grande impacto com a medida brusca.
A situação no hemisfério sul é um pouco mais complicada. A Península Antártica se transformou no local com a mais rápida elevação de temperatura do mundo. Isso porque a camada em cima do polo foi afetada em 29,5 milhões de km². Deste modo, o buraco continuará a se formar em cima do local em toda primavera e esta situação seguirá pela maior parte do século.
Segundo a pesquisa da ONU, o crescimento dos buracos na camada de ozônio não deverá ocorrer mais. Durantes os próximos dez anos teremos uma estabilidade e, a partir de 2020 ou 2025, ela começará a se fechar.
Para os cientistas, o grande responsável pela boa notícia é o Protocolo de Montreal, assinado em 1987. Ele estabeleceu regras para a utilização de alguns produtos, como o CFC, usados em aerossóis e geladeiras. Desde então, as emissões destes gases foram diminuídas em 90%.