Um relatório recente publicado pela NASA constatou que a Amazônia absorve mais dióxido de carbono da atmosfera do que emite, fator que contribui para conter as alterações no clima. A constatação parece óbvia, porém, é um resultado que elucida um debate sobre a influência da emissão de GEE (gases de efeito estufa) das árvores da floresta e qual é o resultado disso na natureza.
O ciclo é claro: quando as árvores crescem, absorvem CO2 da atmosfera e estocam o gás no caule. Ao morrerem liberam o gás de efeito estufa de volta pela decomposição. A questão que por muito tempo intrigou os pesquisadores era saber o real saldo dessa relação.
Liderado por Fernando Espírito Santo, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, Califórnia, o estudo que durou sete anos analisou as condições dessa floresta e mediu os impactos dos processos naturais mesmo nas áreas mais remotas. A pesquisa teve o auxílio de instituições de ensino e de meio ambiente, além de novas tecnologias.
Espírito Santo elaborou técnicas de análise via satélite e pôde reconhecer esses impactos com mais profundidade. O especialista descobriu, portanto, que as árvores mortas da Amazônia liberam em média, 1,9 bilhões de toneladas de carbono no espaço.
Com essa informação, os cientistas as compararam com os dados do censo de crescimento da floresta em diferentes cenários e aspectos. Em todas as análises efetuadas, a absorção de gás carbônico foi superior ao índice de emissão. Entretanto, o grupo de pesquisadores não divulgou a informação exata em relação à quantidade de CO2 absorvida.
Os métodos de pesquisa também permitiram aos cientistas concluir que, a cada ano, cerca de dois por cento de toda a floresta amazônica morre em consequência de causas naturais. O estudo não considerou a perda da floresta pela intervenção humana.
Esta discussão teve início na década de 1990, com a descoberta de que grandes áreas de floresta podem ser “abatidas” por tempestades intensas em eventos chamados “blowdowns”.