Também conhecidas como chuvas de verão, as chuvas convectivas são causadas pela intensa evapotranspiração das superfícies úmidas e aquecidas. Em dias de calor excessivo, o ar quente sobe à atmosfera, pois se torna mais leve, criando um deslocamento vertical de massa aquecida de ar. O resfriamento dessas massas em altitudes elevadas dá origem às nuvens cúmulo ou cúmulo nimbo, que, quando saturadas, precipitam em forma de chuva.
As chuvas de convecção costumam ter uma curta duração e alta intensidade. Os “torós” e “aguaceiros”, como são popularmente conhecidos, ocorrem geralmente à tarde, uma vez que o aquecimento do ar é maior depois do meio-dia.
Apesar de serem eventos comuns e frequentes, com a chegada do verão, os altos índices de chuva registrados podem provocar complicações de ordem ambiental e social. É o caso das enchentes, assoreamentos e deslizamentos de encostas, problemas que têm se intensificado cada vez mais no Brasil.
Os deslizamentos nos morros, responsáveis por grandes tragédias, estão ligados, entre outras coisas, a essas precipitações típicas das épocas quentes do ano. Quando ocorrem as chuvas, a água absorvida pelo solo se confronta com alguns tipos de rochas impermeáveis, acumulando-se em um único local. A saturação do solo provoca o seu rompimento, desencadeando o deslizamento de terras nas encostas.
Além da ação das chuvas, estes desastres também são influenciados pela ocupação indevida dos morros. A retirada de cobertura vegetal para dar espaço às habitações contribui para a instabilidade das áreas de relevo.
Outro grave problema registrado com a ocorrência das chuvas convectivas são as enchentes. Apesar de ter relação com o alto volume de água das precipitações, este evento, que causa prejuízos sociais, ambientais e econômicos, é consequência de três fatores principais: impermeabilização do ambiente urbano, descarte irregular do lixo e canalização excessiva de rios e córregos.