A cidade de Tucson, no Texas, está considerando proibir a utilização de um tipo de inseticida que, provavelmente, é o responsável por causar impactos negativos na natureza. O pesticida feito à base de produtos similares à nicotina está sendo acusado por diversos cientistas de contribuir para a diminuição da população de abelhas, de acordo com um relatório do jornal “Tucson News Now”.
Tucson seria a terceira cidade a proibir ou restringir o uso de pesticidas quimicamente semelhantes à nicotina nos Estados Unidos. Spokane, em Washington, e Eugene, em Oregon, proibiram o uso do produto químico no início de 2014, por conta de preocupações a respeito dos efeitos tóxicos do inseticida em insetos polinizadores.
Há alguns meses, o US Fish and Wildlife Service, órgão similar ao Ibama dos EUA, anunciou planos para eliminar o uso de inseticidas neonicotinóides no cultivo de culturas utilizadas para alimentar animais selvagens alocados em reservas naturais. O uso será diminuído gradualmente até ser extinto em 2016. A União Europeia também proibiu esse tipo de pesticida no ano passado, no intuito de proteger as abelhas.
Os neonicotinóides são uma classe de inseticidas neuroativos semelhantes à nicotina, que matam várias pragas e são usados em uma escala global. Sua utilização quase dobrou nos últimos dois anos, particularmente em regiões de agricultura densa, responsáveis pela produção de grandes quantidades de alimento.
Este grupo de produtos químicos não é prejudicial apenas para as abelhas, mas também foi ligado ao declínio da população de aves, atrapalhando a vida aquática e matando outros insetos polinizadores.
A potencial proibição dos neonicotinóides ainda está nos estágios iniciais em Tucson. Os membros do Landscape Advisory Committee ainda estão na fase de coleta de informações, na tentativa de aprender mais sobre como o inseticida afeta as abelhas. Por conta disso, a decisão não deve acontecer até o final do ano.