A companhia British Petroleum, em conjunto com organizações internacionais, avalia que até 2025 a procura global pela energia crescerá cerca de 40%.
De acordo com a petrolífera, dois terços dessa procura serão fornecidos por combustíveis fósseis, tais como: petróleo, carvão, gás natural e gás liquefeito de petróleo. Porém, tratando-se de recursos naturais que estão em constantes explorações, é temido que em certo momento estes recursos se tornem escassos. Por conta disto, cada vez mais a energia renovável tem se tornado um assunto em pauta.
Contudo, existem diversas fontes naturais na geração de energia renovável. Algumas bem conhecidas, como o sol, vento e água da chuva, e outras menos convencionais. Chamadas de tecnologias passivas, confira abaixo cinco curiosas fontes renováveis que ativamos inconscientemente:
1 – Café, chocolate e água residuais
Em cidades como Londres, por exemplo, a população sofre com a qualidade do ar devido à grande poluição presente. Vista disso, a empresa Biobean desenvolveu um projeto onde converte resíduos dos grãos de café de companhias internacionais (como a famosa cafeteria Costa Café) em combustível.
Arthur Kay, empresário e dono da empresa, pretende fazer com que os famosos ônibus de turismo de Londres sejam movidos com o uso do café. “Enquanto as pessoas continuarem a tomar café, haverá resíduos para gente aproveitar”, disse o empresário à BBC. Em Warwick, também na Inglaterra, resíduos de chocolate têm servidos para experimentos. Na Espanha, águas residuais têm sido utilizadas como testes.
2 – Proteína verde da Água-viva
Descoberta e encontrada recentemente no mar, a proteína verde presente na estrutura da água viva (GFP sigla em inglês), é capaz de gerar luz fluorescente. Pesquisadores e cientistas da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, analisam elaborar um dispositivo onde se use a proteína dos seres marinhos para produzir energia solar e deixar os custos dessas instalações mais baratas.
Os cientistas estudam também, a criação de painéis fotovoltaicos e dispositivos flutuantes mecânicos que compartilhem dessa fonte de biotecnologia.
3 – Energia cinética
A tecnologia cinética é gerada a partir de movimentos dos corpos, é o resultado do valor da massa do objeto e sua velocidade de movimento. Esse recurso permitiu diversas empresas desenvolverem projetos com sua utilização.
Países como Holanda, Japão e China, utilizam a tecnologia em pistas de dança em boates espalhadas por seu território. A movimentação das pessoas nas pistas, gera uma energia que faz com que as luzes de LED se ascendam e funcionem como um sistema de iluminação.
A tecnologia também é utilizada em calçadas que geram energia conforme os pedestres percorrem sobre ela. Uma empresa sueca usa o calor de mais de 250 mil circulantes diários na Estação Central de Estocolmo, para fornecer calefação a estação. O método captura o calor, utilizando-o para aquecer a água através do próprio sistema de ventilação do metro. Com a tecnologia, cerca de 25% da energia é economizada.
Um método similar foi patenteado pela empresa britânica Pavegen e utilizado nos Jogos Olímpicos de 2012, sediado em Londres. A inovação é fazer o uso alternativo na alimentação de sistemas elétricos da cidade, tais como sinais de trânsito e painéis publicitários.
4 – Cremação: Energia limpa
Após uma inspeção ambiental entre as instalações de um pequeno crematório cinco anos atrás, uma recomendação foi dada para a construção de novos fornos para cremação na cidade de Halmstad, na Suécia. A iniciativa se aproveitava do calor fornecido durante a cremação para utilizar a energia gerada.
Para à BCC, o vice-diretor do Centro para Morte e Sociedade (CDAS, na sigla em inglês) da Universidade de Bath, John Troyer, disse que a atividade é renomada por “captura de calor” e afirmou que o uso é proveniente do gás, e não pelo corpo que está sendo cremado. A prática divide opiniões, mesmo que o método já tenha conquistado o Prêmio Green Applede, na categoria de práticas ambientais em maio de 2013, por sua utilização no aquecimento de uma piscina pública na pequena cidade do condado inglês de Worcestershire.
Inquéritos éticos classificam o sistema como prática de “escândalo moral”, no que diz respeito aos mortos. Segundo o código de ética da Federação Internacional de Cremação, criado em 1937, “os produtos ou resíduos de uma cremação não devem ser usados para fins comercias”.
5 – A energia vem do lixo
O sistema funciona muito bem em diversas províncias do Uruguai e países europeus. Na Noruega, a prática foi bem-sucedida a um nível, que o país passou a fazer importação de lixo de outros países.
“Minimizamos os impactos ambientais por meio do controle e tratamento das emissões líquidas e gasosas”, confirmou a Divisão de Engenharia Sanitária e Ambiental do Município de Maldonado, no Uruguai, que alega obter cerca de 1,5 mil megawatts por hora a cada ano. Tudo graças a este sistema.
O procedimento funciona quando os componentes são minimizados a líquido e biogás (composto 50% de gás metano), sendo possível revertê-los em energia reutilizável. A companhia americana ContourGlobal, tem instalações de usina de energia que utiliza o gás metano em uma cidade que beira o Lago Kivu, que fica entre Ruanda e República Democrática do Congo. Encontrado nas águas profundas do lago, o gás metano é usado gerando eletricidade com baixa emissão de carbono. Calcula-se que nas águas do lago, cerca de 60 milhões de metros cúbicos de metano e 300 bilhões de metro cúbicos de dióxido de carbono estejam acumulados.