Os 12 moradores de Canna, uma das ilhas do arquipélago Inner Hebrides, na Escócia, vivem um dilema preocupante: conviver com mais de 16 mil coelhos que comprometem a estrutura de suas casas. Para tentar resolver a questão, integrantes do Patrimônio Nacional da Escócia buscam alternativas para equilibrar a população desses mamíferos.
Os coelhos estão cavando buracos e isso tem provocado deslizamento de terras que compromete a estrutura das residências, além de desenterrar mortos. Diante do problema, as autoridades escocesas decidiram sacrificá-los. Uma porta-voz da organização que administra o patrimônio histórico de Canna disse ao jornal britânico The Times que “é preciso tomar medidas para colocar a população (de coelhos) sob controle”.
O deslizamento que a ilha sofreu no começo do mês de outubro foi atribuído em parte à erosão no solo causado pelas tocas, explicou a porta voz. O fato fez com que a única estrada da ilha ficasse interditada por vários dias, acrescentou a autoridade.
O Patrimônio Nacional disse que procura uma empresa a qual possa sacrificar os animais nesta ilha, que tem apenas 7 km de extensão. A solução “mais provável” encontrada pela fonte oficial da Escócia é matá-los a tiros. A porta voz não quis especificar a quantidade de animais que pretende sacrificar, embora sejam milhares.
Em 2006, o Patrimônio Nacional fez uma campanha de dois anos na ilha de Canna para erradicar os 5.000 ratos da ilha, que acabavam comendo filhotes de aves. A medida de sacrificar os coelhos para controlar o número da população contraria os conceitos de preservação de espécies de animais.
Uma alternativa para resolver a questão talvez seja distribuí-los em zoológicos da Escócia e em países vizinhos. Já John Brady, chefe executivo da organização One Kind de Edimburgo – protetora dos animais –, em entrevista à agência de notícias Anda, pretende exigir que a administração da ilha de Canna utilize um método não-letal e menos doloroso como solução para o controle do número de coelhos.