Embora mares e oceanos ocupem 71% do planeta Terra, por suas condições salinas, suas águas não são ideais para consumo humano. Apenas 3% da água disponível em nosso planeta é doce e apropriada para esse fim. E, dessa porcentagem, cerca de 30% se encontra em solos e formações geológicas permeáveis, denominadas aquíferos.
Os aquíferos são formados pelo acúmulo de águas das chuvas que se infiltram no subsolo e têm a capacidade de alimentar os mananciais de rios, lagos ou pântanos. Quando essas águas encontram com poluentes, como esgotos, resíduos químicos, agrotóxicos e outras substâncias, elas arrastam tudo para o subsolo e se contaminam por todo o caminho que percorrem.
Lixões, substâncias tóxicas, atividades inadequadas de armazenamento de materiais químicos ou poluentes, manuseio inadequado e descarte de produtos e seus derivados ou resíduos, atividades de mineradoras que expõem o aquífero, uso equivocado de agrotóxicos e fertilizantes e irrigações exageradas do solo, que geram um processo de salinização e lixiviação, são as principais fontes de contaminação das águas subterrâneas.
É muito importe a compreensão de que águas subterrâneas não são fontes inesgotáveis e que suas poluições representam sérios riscos à existência da vida no planeta. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2025, cerca de 2,7 bilhões de pessoas enfrentarão falta de água em todo o mundo. Previsões dão conta de que a água será o recurso mais cobiçado e gerador de guerras e disputas em um futuro catastrófico, porém não ficcional.
Para remediar previsões tão tristes e a situação de escassez que já acontece nos dias de hoje, é preciso algumas políticas de preservação das águas subterrâneas. Fiscalizar possíveis poluidores, como fábricas, indústrias ou latifúndios e monitorar aquíferos e mananciais são o princípio da preservação das águas doces.
Estabelecer padrões de qualidade ambiental e punir poluidores de forma que não compense a reincidência também são medidas importantes. Órgãos ambientais com boas condições de mapear áreas de risco e recuperar as já atingidas, além do estabelecimento de canais de informação e conscientização para a importância da preservação ambiental fecham o ciclo essencial de cuidado com os recursos dos aquíferos.
Se as medidas públicas são importantes, a educação ambiental da população não fica atrás. Qualquer pessoa que flagrar focos de poluição ou agressões ambientais deve denunciar às autoridades responsáveis (Conselhos e Órgãos de Meio Ambiente de municípios, estados ou da nação, bem como o IBAMA, e até mesmo a polícia, são habilitados a receberem denúncias). O consumo responsável da água também deve ser feito por cada um de nós, com banhos curtos, evitando desperdícios e reutilizando o recurso quando possível.