De acordo com o relatório anual publicado, no dia 6 de novembro, pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), agência especializada pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU), a concentração de gases tóxicos na atmosfera em 2012 atingiu o volume recorde de 34,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o que tem causado a aceleração dos processos ligados a mudanças climáticas.
O estudo aponta que entre 1990 e 2012 houve um aumento de 32% do forçamento radioativo, isto é, uma medida utilizada para quantificar os índices do aquecimento global. Conforme a OMM, as emissões de substâncias tóxicas relacionadas à queima de combustíveis fósseis são responsáveis por 80% desta elevação.
Durante a cerimônia de lançamento realizada em Genebra, na Suíça, o secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud, afirmou que as concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso sofreram acréscimo a níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos, algo que, consequentemente, tem gerado efeitos com a alta nas temperaturas, derretimento de geleiras e aumento das marés.
Se a atual evolução continuar, no final deste século as temperaturas médias do planeta podem chegar a 4,6 graus superiores, o que teria consequências devastadoras”, afirma Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia (OMM).
Enquanto isso, Estados Unidos, China e a União Europeia foram indicados como maiores emissores de Gases de Efeito Estufa, pois juntos são responsáveis por 55% das disseminações de CO2 do mundo. Entretanto, os norte-americanos conseguiram reduzir 4% de dispersões após investirem no uso de gás de xisto (menos poluente do que carvão) nos processos relativos à geração de eletricidade. Já as dissipações de poluentes no território chinês cresceram cerca de 3%, configurando uma marca inferior à média nacional de 10%.
Por outro lado, a exploração de carvão continua a preocupar os ambientalistas, uma vez que a utilização desse componente cresceu aproximadamente 25% somente no Reino Unido. Outro dado importante levantado pelo relatório é que, enquanto 60% das emissões são procedentes de fontes naturais, 40% das dissipações são geradas a partir de atividades como a pecuária, cultivo de grãos, combustão de biomassa e derivados de petróleo.
Em âmbito mundial, as disseminações de Gases de Efeito Estufa tiveram 1,4% de aumento, ou seja, não acompanharam o crescimento econômico global de 3,5%, contrariando a tese de que os fatores estão diretamente relacionados. No entanto, Michel Jarraud alerta: “Se a atual evolução continuar, no final deste século as temperaturas médias do planeta podem chegar a 4,6 graus superiores, o que teria consequências devastadoras”.
Projeto Carbono Global indica novo recorde de emissões em 2013
Segundo o relatório do Projeto Carbono Global (GCP), produzido por 49 especialistas de 10 países, as disseminações de gases poluentes ultrapassarão o volume de 36 bilhões de toneladas até o final deste ano, apresentando um aumento de 2,1% em relação a 2012. O estudo foi publicado na revista Earth Systems Data Discussions, durante a COP 19, realizada em Varsóvia (Polônia), oportunidade em que representantes de quase 200 países se reuniram para elaborar um novo acordo climático apto para entrar em vigor em 2020.