As florestas plantadas de Eucalyptus e Pinus fornecem a matéria-prima que de outra forma seria obtida das florestas naturais. O Brasil possui aproximadamente 6 milhões de hectares em área reflorestada com eucaliptos, destinadas à produção de carvão vegetal para a indústria siderúrgica e para produção de celulose, papel, painéis de madeira e subprodutos, como tecido sintético, cápsulas de remédios, produtos de limpeza, alimentícios, perfumes e medicamentos.
Árvores de crescimento rápido, de alta rotatividade natural e comercial, os eucaliptos chamaram a atenção do engenheiro Edmundo Navarro de Andrade no início do século XX, quando foi encarregado pelo Serviço Florestal da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (CPEF) a pesquisar qual a espécie vegetal melhor se adaptaria ao meio ambiente e às exigências da empresa.
Com o avanço da economia agrícola – principalmente do plantio de café – e da necessidade de trens na época, o reflorestamento de eucalipto era tido como um dos principais meios de preservação das reservas naturais e de contenção da degradação do meio ambiente.
Após pesquisas realizadas pelo engenheiro, o cultivo do eucalipto foi iniciado em 1903 e seguido por outros projetos que resultaram em hortos florestais. Esse trabalho é considerado, até hoje, um exemplo no Brasil e alvo de pesquisas e livros.
Não é mais segredo que as questões relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade são cada vez mais essenciais à sociedade nacional e global. Com a intensificação dos debates sobre o tema, a conscientização de pessoas, empresas e governo está cada vez maior, o que permite avanços na área.
Projeto Plantar
No Brasil, o Plantar, ficou conhecido por ser o primeiro projeto no mundo a obter Certificados de Redução de Emissões temporários (tCERs, em inglês). Em 2012, a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu 4,1 milhões de créditos de carbono para a iniciativa.
O projeto visa suprir o uso de carvão vegetal na indústria de ferro e aço do Brasil. De acordo com os organizadores, ao longo de 28 anos, a iniciativa diminuirá a concentração de CO2 na atmosfera em, aproximadamente, 12,8 milhões de toneladas.
Para o desenvolvimento e sucesso do projeto, a Plantar Carbon utiliza uma área plantada de, aproximadamente, 11 mil hectares de eucalipto. A ideia é que o reflorestamento aproveite os locais de pastagens a fim de não estimular o desmatamento. Dessa forma, a madeira que será formada originará o carvão vegetal, que por sua vez contribuirá para a produção siderúrgica de ferro-gusa.
SERFLOR
Entre os projetos de reflorestamento de eucaliptos, é possível encontrar o Sistema Estadual de Reposição Florestal Obrigatória (SERFLOR), executado pela iniciativa privada, administrada, no Estado do Paraná, pelo IAP. O projeto possui como meta a plantação de 60 milhões de mudas/ano.
Cooperflora Brasil
A Cooperativa de Reflorestamento e Bioenergia envolve produtores de eucalipto dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O projeto busca fomentar o multiuso do eucalipto e promover novos mercados para o produto. A cooperativa tem o controle das florestas sustentáveis, facilitando a ordem de plantio e colheita, garantindo escala ininterrupta do produto durante o ano.